sábado, 31 de dezembro de 2011

O Bicho



Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bamdeira

sábado, 8 de outubro de 2011

O número de amigos contabiliza-se apenas com alguns dedos das mãos

Sinto falta daquelas e daqueles que um dia pensei em pintar com aquarela, eternizar numa tela, ou tatuar-me com as faces distintas da minha infância que marcaram de forma bela, linda de como nós éramos. Das quedas, dos tombos e das roupas sujas de aquarela, ao inspirar vida e esbanjar vitalidade.Lembro-me de como eu era no meio do arado com ela e ele ao brincar com aquarela. Na tela, eu pintava com ela e ele, eu eternizava os momentos com marcas de mãos cheias de aquarela, das cores: vermelha, azul e amarela... O vermelho representava a nossa união, o nosso amor um pelo outro, o que biologicamente não éramos, espiritualmente tínhamos, o amarelo, o Sol, pois era durante o dia que passávamos juntos e o azul representava a despedida e a ânsia em saber que nos encontraríamos no novo dia com a mesma vontade, entusiasmo, reciprocidade e paz! As marcas que não foram apagadas pelo tempo fizeram reviver o que estava adormecido em mim, por isso hoje eu digo que sei o quão é importante preservar certas coisas, objetos que para outros apenas significam velharia. Só agora, quando adulto, percebi que ao estar triste eu tinha algo para lembrar de como é bom brincar e compartilhar, quando ninguém mais acredita em si e nem muito menos no outro. Daqueles que sempre estiveram ao nosso lado mais que foram posto de lado, quando os interesses falaram mais alto que a razão o amor, vendendo a alma para o diabo e sentindo solidão na hora de uma suposta auto avaliação. Levando para casa tapinhas nas costas e noites em claro. Se não acordarmos para o que realmente importa, a única coisa que irá nos restar serão as nostalgias. Isso caso você não afunde numa guerra interior, diária que só lhe traga dor.
O número de amigos contabiliza-
se apenas com alguns dedos das mãos

Flávio Roberto Sobral Delgado"O que importa não é quantos amigos você tem, mas, sim a qualidade delas/es"






























































domingo, 11 de setembro de 2011

Aqueles que não respeitam a diversidade na hora que tentarem se diversificar, apenas encontrarão releituras psíquicas e semelhanças físicas nas vidas postas que foram compartilhadas com o ignorante, limitando-se apenas aquilo que suas limitações detectarem superficialmente. Portanto, respeite a diversidade, pois você faz parte dessa atmosfera, espaço que visto por um outro ser te enxergará como um membro da diversidade e se reconhecerá como um, e conseqüentemente, não se sentirá excluído dos demais.






Flávio Roberto Sobral Delgado.


Fonte da imagem: IWFC. COM. BR NET MUSIC

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Maturidade imatura

Graças a diversidade, a dualidade e o individual que nós não pensamos exatamente igual, pois se assim fosse aonde estaria toda a diversão de conhecermos uns aos outros? Se assim fossemos não teríamos nem como trocar idéias. E conseqüentemente, seriamos todos mudos, pois se pensássemos exatamente igual não haveria a necessidade da fala e nada seria original. Já pensou que tédio! Sem falar que morreríamos mais cedo, pois quando todos nós completássemos 20 anos já estaríamos maduros o suficiente e cairíamos do pé! E ainda existem pessoas, com essa falsa idéia, de que se todos pensássemos exatamente igual tudo estaria em perfeita harmonia! A harmonia de cada um está na construção por si mesmo de seus alicerces, constituindo-se assim na edificação espiritual e na vontade de compartilhar com o que foi primordial para tal êxito: a curiosidade do saber e a satisfação ao sentir do que foi assimilado e beneficamente posto em prática. Nas atitudes e na busca pela autenticidade.

Flávio Roberto Sobral Delgado

Pense nisso!!

sábado, 20 de agosto de 2011

Violência

Ser simples é complexo! E ser complexo não quer dizer que, necessariamente, não seja simples! Tudo depende do grau de expectativa e ansiedade pela qual cada individuo foi colocado a exposição e à sua evolução pessoal. Pessoas calmas, passivas que optam por diálogo ao invés de brigar, constantemente são confundidas e estereotipadas como: fracas e facéis de serem manipuladas e as vezes julgadas como dissimuladas . Já as pessoas que se desesperam, xingam, e gritam a falar supostas verdades, que as vezes até são,( mas não para acrescentar, e sim diminuir a pessoa, humilhá -la) são consideradas pessoas de personalidade forte! Forte?
Você também concorda com isso?
Quando você vê alguém gritando com outra pessoa, você acha ou diz que essa pessoa que esta gritando,mesmo que falando a verdade, ela(e) tem uma personalidade forte?
Se assim for, digo-lhe que pessoas que agem assim, geralmente são pessoas com sérios problemas emocionais, gerados pelos conflitos de convivência arbitrário, autoritarismo proveniente de seus pais ou de falsos moralistas, utilizando a máxima “faça o que eu digo e não faça o que eu faço.” Isto pode desencadear tensões neuronais, levando-os a histeria pessoal ou em massa. Estas tensões podem se expandir como, por exemplo, em protestos, que vemos quase todos os dias na televisão.
A demência instalada na psique de uma mente em formação iniciasse em casa, mas logo chega na praça, com a máxima “costume de casa vai a praça”. Eu diria de maneira mais abrangente “costume de casa, além de ir a praça, vai ao trabalho, mercados e escritórios, alienando a massa, banalizando consideravelmente o significado de sociedade de forma, psicossocial, vital.”


95% dos pedófilos também sofreram abuso sexual quando crianças

Pai ou mãe homofóbicos pode formar crianças preconceituosas e agressivas por não aceitar as diferenças.

Flávio Roberto Sobral Delgado



















quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Diálogo com Emma Goldman

Eu só quero ser eu mesma, Emma. Poder lutar pelos meus direitos e me juntar aquelas/es que estão a margem, excluídos de seus direitos também. Mas por isto, sou julgada e mal vista, simplesmente por querer um mundo melhor e justo para todos os seres humanos.
Escolhi minhas bandeiras. Sou uma pessoa que defendo com unhas e dentes meus ideais. Mas estou em uma época que não se pode ter ideais, a não ser o ideal de se dar bem e ganhar muita grana para poder ser considerada gente! E foi com vocês, Emma, e tantas outras mulheres libertárias, que aprendi a ser assim, nem tão forte quanto vocês, mas sempre defender o que pensa e lutar até o ultimo momento pelo o que você acredita.
Imagino que na sua época não tenha sido nada fácil. Hoje dizem que para nós mulheres a situação está bem melhor. Bom, para algumas sim, mas para a grande maioria, os problemas só aumentaram. E muitas vezes, nem estamos unidas. Apenas falamos, falamos, mas na prática é difícil, nos momentos difíceis, encontrarmos aquela força e defesa de outra mulher em relação a sua própria luta. Muitas vezes é só falácia. Ah, Emma, como eu teria muita coisa para dizer aqui... mas preciso ser comedida se quiser continuar tendo o pão de cada dia.
Sei que vc e todas as libertárias pagaram o preço alto pela verdade de ser. Mas também pagamos outros preços por querermos defender nosso pão de cada dia. Você e Louise Michel sabem bem disso, não é? Tem momentos que me sinto sufocada, sozinha, isolada, usada... é horrível ter que fazer cenas. Aprendi a representar.
As/os trabalhadores/as não são como antes. Viraram profissionais a busca de dinheiro para poder dar continuidade a seus projetos. Ou simplesmente se uniram ao patrão, mesmo que digam que não e formem sindicatos e centrais de trabalhadores/as, mas na verdade fazem acordos secretos e sem cerimônia, até podem entregar “a/o companheiro/a” se o seu estiver na reta. É, Emma, esta é a lógica que permeia a sociedade de mercado, a sociedade capitalista atual.
Mas falar isto, sociedade capitalista, é algo ultrapassado nos dias de hoje, viu?!. Afinal, o capitalismo traz muita felicidade! HAHAHAHAHA!! É isto que dizem as pessoas. E se for preciso, se uma amiga ou amigo estiver passando por apuros, mas o importante for galgar postos mais altos ou se o/a patrão/ao chamar primeiro, vc já imagina quem será socorrido, né? Não é a toa que a depressão atinge uma parcela considerável da população, e nesta loucura diária que tem se tornado meu dia a dia e o de milhões de trabalhadores/as nem percebemos quando o/a outro/ precisa de nós. Quando nos damos conta pode ser tarde demais...E agora tem a tecnologia que aproxima os seres humanos; mas por outro lado os afasta consideravelmente, ao ponto de quando nos encontramos pessoalmente com uma pessoa que seguimos no facebook (não se assuste com este palavrão, Emma, é uma rede de relacionamentos na internet, ta?) nem a cumprimentamos direito, abraços e beijo nem pensar, afinal já falamos com ela há poucos minutos virtualmente. O calor humano já era! A vida humana em si já era, nada representa atualmente. A mídia noticia assassinatos como quem informa a queda e alta da bolsa de valores. Cotidiano.
Bom, querida Emma, você continua sendo inspiração para mim! Obrigada por ler meu desabafo. Meus/minhas amigas/os já estão cansadas de ouvir-me, creio eu. Por isto, precisei falar com vc, afinal sei que terás palavras especiais para me dizer que me farão continuar lutando pelo o que acredito, seguindo em frente, mesmo que as pedras sejam grandes demais para removê-las. As vezes, me calo para ser compreendida, entendes?
Paz entre nós, guerra aos senhores.
Senhora A.K.Q.J-10


Fonte da imagem: MICROCOSM PUBLISHING

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Reflexos

Olhaste para mim com olhos espelhados, por assim ser o que observastes, supostamente, em mim, era o que havia ou há dentro de ti. Primeiras impressões irreais, inconclusas, eminentes e repentinas, equívocos; não aceitação, rejeitar-si até onde for possível para não enxergar as suas próprias fraquezas. O medo de ter que assinar o atestado de fracassado, fez com que você assinasse inconscientemente, e como conseqüência não optas-te na decisão de assinar ou não por livre e espontânea vontade. O fracasso se deleitou quando o leito você preparou para que o orgulho se hospeda-se. Eis que se hospedou!

Flávio Roberto Sobral Delgado


Jogo, sou da jogatina. Um jogador implacável, sem pudor. Banalizo a mim mesmo, minha vida, meu suor de cada dia! Jogado na jogatina jogo, e sou um joguete, faço e me perpetuam como um joguete, como um joguete! A vítima, eu o jogador, sou vitima da compulsividade do jogo, jogar... Jogar? Sim, sem parar!! Paraliso-me apenas no tempo de um resultado para o outro quando a roleta frenética dos segundos põe apenas a expectativa na roleta russa para seu aparente disparo final, mas eis que sempre volta e ecoa: suspende o meu fôlego, dá nó na garganta e seca minha retina.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 31 de julho de 2011

Enegrecendo a pauta da mídia paraibana

Por Mabel Dias

A feminista Sueli Carneiro, do grupo Geledés –Instituto da Mulher Negra, de São Paulo, afirma em um seus textos que o feminismo precisa enegrecer. Parafraseando esta ativista do movimento de mulheres negras do Brasil, digo que, além do feminismo, o jornalismo teria que também ser enegrecido.

Esta semana o movimento de mulheres negras celebrou o dia 25 de julho, estabelecido em 1992 durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latinas Americana e do Caribe, realizado na cidade de Santo Domingo, República Dominicana, como Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na PB realizou debates com as fundadoras da organização, Solange Rocha e Efu Nyaki, e com Jurema Werneck, da Criola e da Articulação Nacional de Mulheres Negras, do Rio de Janeiro, além da exposição Visões Negras – simbologias, trajetórias e histórias que conta toda a caminhada da Bamidelê nestes 10 anos de existência.
Pois bem! Em nenhum veículo de comunicação foi falado sobre o dia 25 de julho e seu significado para as mulheres negras. Assisti a um dos jornais da TV local, afiliada a Rede Globo, e na escalada de noticias estava lá o dia do motorista – que também é comemorado nesta mesma data, entre outras informações diárias. Mas o Dia da Mulher Negra sequer foi mencionado.

Apenas um jornal impresso divulgou no domingo, véspera do dia 25, o release enviado pela assessoria de comunicação da Bamidelê, informando sobre as atividades que seriam realizadas durante esta semana que se finda.
Durante o debate do qual participaram Solange Rocha e Jurema Werneck, que falaram sobre a luta antiracista e antisexista na Paraíba e no Brasil, a professora de sociologia e integrante da Bamidelê, Vânia Fonseca, também trouxe esta reflexão: a falta de atenção da mídia paraibana sobre uma organização que tem 10 anos de existência e que vem promovendo ações significativas para promoção da identidade negra, combatendo o preconceito racial, bem como da ausência de atenção para o dia 25 de julho. Será que esta não é uma pauta importante? Será que este tema não rende um bom debate, um bom texto, uma boa noticia?

Sabemos bem que negros e negras na mídia paraibana, ao menos no vídeo, não existem. Nos bastidores, elas/eles estão lá, mas menos da metade se assume enquanto negra/o. Porque a pauta da mídia paraibana não está enegrecida? Porque negros/as são lembrados/as apenas quando se divulga um mapa da violência 2010, de maneira negativa? Para não ser injusta é importante lembrar que outro jornal impresso, aproveitando o recente censo divulgado pelo IBGE sobre a influência que a cor/raça desenvolve nas relações interpessoais, fez uma boa matéria enfocando este tema.

Não é apenas a ausência de atenção na mídia paraibana às ações positivas realizadas pelo movimento negro e de mulheres negras organizadas. O atual momento mostra, principalmente no rádio e na TV que é preciso, urgentemente, revermos o modo que está sendo utilizado pelas empresas de comunicação para noticiar um fato. A busca de audiência e do lucro tem promovido declarações e atitudes absurdas e inaceitáveis por parte de alguns locutores/apresentadores de programas policiais e políticos na Paraíba.

Uma importante iniciativa está sendo promovida pela Onu Mulheres e pela Federação Nacional de Jornalistas, que é um curso em gênero, raça e etnia voltada para a categoria. O curso será realizado em oito cidades brasileiras - Recife, Rio de Janeiro,Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió, São Paulo e Belém. Através de ações como esta é possivel vislumbrarmos mudanças no exercicio da profissão de jornalistas na hora que forem cobrir atividades do movimento de mulheres e do movimento negro, e não reproduzam os estereótipos e preconceitos raciais, de gênero e sociais que permeiam esta sociedade.
Alguma coisa está fora de ordem e não pode ser tida como natural.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Poemas em homenagem a mulher negra, latino-americana e caribenha



As mulheres negras da diáspora africana celebram 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, como símbolo de (re)união e de (re)conhecimento mundial de suas histórias de vida guerreira, combativa e imprescindível à construção de um mundo solidário, multiétnico e pluricultural. Estas mulheres negras têm, em comum, vidas marcadas pela opressão de gênero, agravadas pelo racismo e pela exploração de classe social.

A escolha da data ocorreu no I Encontro das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana, em 1992. Estiveram presentes mulheres negras de mais de setenta países, com o objetivo de dar visibilidade à sua presença nestes continentes. No evento foi criada a Rede de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, para trocar informações, estreitar o relacionamento e realizar ações em conjunto.

O aprofundamento da aliança entre as mulheres negras da diáspora deu-se na III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância realizada em 2001 na África do Sul. Neste cenário, a Articulação de Organizações Não-Governamentais de Mulheres Negras Brasileiras desempenhou um importante papel, reunindo organizações de mulheres negras de diferentes pontos do país e destacando-se na construção de propostas para a Conferência.

A data reforça a necessidade urgente da implementação de políticas afirmativas para as mulheres negras da diáspora, pelos países da América Latina e do Caribe. No Brasil, a maioria das mulheres negras é detentora de cidadania inconclusa. Estudo realizado pela pesquisadora Wania Santana, utilizando dados do Programa das Nações Humanas para o Desenvolvimento (PNUD) de 1999, demonstra que as mulheres negras brasileiras ocupam a 91ª colocação, entre 143 países, considerando o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado ao Gênero - IDHG – que avalia a renda per capta, o nível de instrução e a expectativa de vida.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha é mais do que uma data comemorativa, representa a luta pelo empoderamento das mulheres negras fora da África. Um mundo novo só será possível, quando as diferenças forem consideradas como riquezas e não utilizadas como sinônimo de inferioridade.


Viva Mulher Negra com os poemas-mulher:

- Divas são dádivas, de José Ricardo d´Almeida
- Mulher, de Roberto Delanne
- Eu-Mulher, de Conceição Evaristo
- Fêmea-Fênix, de Conceição Evaristo
- Mulheres negras, de Ana Maria Felippe
- Maria Tereza*, de Éle Semog


Divas são dádivas
José Ricardo d´Almeida

I
Divas são divinas
São dádivas trocadas

Divas são divinas
Porque são elos
Unem o sagrado ao profano

Divas são divinas
Dão em sacrifício
O que recebemos em prazer

Divas são divinas
Vivem em recolhimento
Sobre o nosso prazer

Divas são divinas
Divas são eternas

As divas são perenes
São mães, amantes, traidoras, e necessárias
Sem divas não seremos súditos
Sem musas não seremos poetas
Sem dádivas não seremos nada

II
Sem Lélia, Betinha, 1

Tantas divas subtraídas
Sem suas memórias cuidadas
Não faremos retribuições
Enfraqueceremos o mana*

Talismã, legado, fonte de riqueza
De única obrigação
Retribuir

"Nunca vi tão generoso
que o receber não fosse o recebido"**

* Elemento da honra e do prestígio que confere a riqueza e a autoridade em povos da Oceania.
** Adaptado do Havamal, poema Edda escandinavo. in Mauss, Marcel (1872-1950)
1 Referência às lideranças femininas negras Lélia Gonzalez e a Beatriz Nascimento
Julho de 2007 - José Ricardo d´Almeida - http://atabaqueblog.blogspot.com/


Mulher
Roberto Delanne

Será que é homem?
Talvez... pode ser...
O que não duvido
É do seu poder.

Porém, se não for,
Algo vai mudar.
A mente de todos
Vai-se transformar.

Já é de costume
O povo dizer
Que a força do homem
Detém o poder.

Contudo, a mulher,
Por ser delicada,
É quem suaviza
Esta vida malvada.

É dela que vem
A nossa bondade.
Com ela se tem
Toda felicidade.

Só ela possui
O dom de esperar
Que um filho à morte
Possa se salvar.

É ela quem tem
A fé e esperança
No filho que nasce
E na filha que dança.

Só ela transforma
A casa em lar
E a dor de um filho
Sabe confortar.

É ela quem diz
O caminho a seguir.
Só ela traduz
A missão a cumprir.

Foi ela que um dia
Um filho pariu
E tão desolada
Na prisão o viu.

Ela fica alegre
Se o filho vai bem,
Porém, fica triste
Se um filho não tem.

Foi ela que um dia
Seu corpo entregou
Ao dono e senhor
Que escrava a tornou.

Mas ela lutou.
Lutou pra morrer,
Pra salvar o filho
Que escravo foi ser.

E ela até hoje
Se sente em desgraça
Por ver a má sorte
Que tem sua raça.

Mas isto inda é pouco.
Tem mais, muito mais,
Ela é quase perfeita
Em tudo que faz.

O homem é bom.
Também é verdade,
Porém, não acaba
Com tanta maldade.

Se a força que tem
Soubesse usar
Não ia a guerra
Querer começar.

Se ele foi capaz
De tanta beleza,
Não ia querer
Acabar, com certeza.

Só sei que é homem
Por ouvir dizer...
Mas se for mulher,
Que vamos fazer?

Eu sei que é difícil...
Fale quem quiser...
Mas vou afirmar
Que Deus é Mulher.


Eu-Mulher
Conceição Evaristo

Uma gota de leite
me escorre entre os seios.
Uma mancha de sangue
me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.

Eu-mulher em rios vermelhos
inaugura a vida.
Em baixa voz
violento os tímpanos do mundo.
Antevejo
Antecipo
Antes-vivo
Antes-agora-o que há de vir.
Eu fêmea matriz
Eu força motriz
Eu-mulher
abrigo da semente
moto-continuo
do mundo.


Fêmea-Fênix
Conceição Evaristo

Navego-me eu–mulher e não temo,
sei da falsa maciez das águas
e quando o receio
me busca, não temo o medo,
sei que posso me deslizar
nas pedras e me sair ilesa,
com o corpo marcado pelo olor
da lama.

Abraso-me eu-mulher e não temo,
sei do inebriante calor da chama
e quando o temor
me visita, não temo o receio,
sei que posso me lançar ao fogo
e da fogueira me sair inunda,
com o corpo ameigado pelo odor
da queima.

Deserto-me eu-mulher e não temo,
sei do cativante vazio da miragem,
e quando o pavor
em mim aloja, não temo o medo,
sei que posso me fundir ao só,
e em solo ressurgir inteira
com o corpo banhado pelo suor
da faina.

Vivifico-me eu-mulher e teimo,
na vital carícia de meu cio,
na cálida coragem de meu corpo,
no infindo laço da vida,
que jaz em mim
e renasce flor fecunda.
Vivifico-me eu-mulher.
Fêmea. Fênix. Eu fecundo.


Mulheres negras
Ana Maria Felippe
2006

Ah! mulheres negras
essas impressionantes
sempre a importar a mais funda ancestralidade!

Ah! mulheres, úteros de verdades
tamanhas!
Geração de vida permanente
junto ao silêncio da profusão de cores das formas de vida!

Ah! mulheres-esteio! Sois marcas do fundamento da humanidade
desde África
se espraiando por um planeta sem sentido
onde dar depende do que se tem de volta!

Ah, essas mulheres, essas negras
veludos de conforto e aflição.

Ah! mulheres, velhas mulheres negras
portando a sabedoria do porvir
que não perdoa
aqueles que não se fazem irmãos!!!


Maria Tereza*
Éle Semog

Mandaram um baixo caô pra Maria Tereza,
que eu fui no samba do Império Serrano
e me arrumei com uma cabrocha daquelas
quem via pensava: ele é o cara, é o dono.

Inocente, cheguei à tardinha em casa
com pão fresco, Mineirinho e mortadela
Maria Tereza de bico assim, emburrada
e nada, nadinha de nada nas panelas.

Pensei, a negra tá naqueles dias,
melhor não falar, ficar na minha,
mas o quê, de repente ela aloprou
e começou com aquela ladainha.

Deu-me uma sugesta da pesada,
um zum, zum, zum, só baixaria,
que nenhum malandro da antiga
garanto, duvido que agüentaria.

Perguntei meio no sapatinho,
o quê que houve minha preta?
- vai tomar dentro daquilo,
seu traidor, escroto, capeta!

Saí na boa pra refrescar a cabeça,
beber uma pinga e umas cervejas,
jogar uma purrinha, ou carteado,
e me esquecer de Maria Tereza.

Na roda, senti uma dor no peito,
pensei: ih! Capa Preta me pegou,
vou pra casa, já é, não tem jeito,
mas no caminho a dor quebrou.

Teteca, que é crente, abriu
o meu patuá, minha magia,
e aquela dor foi só um aviso
de alguns orixás ao meu guia.

Acendeu o brinde, meu charuto cubano,
deu dois de onda e apagou na privada
e perguntou quem era a cadela, a vaca,
que me esfreguei no Império Serrano.

Ah... então o escarcéu é por isso!
Teteca, minha jóia, meu sonho,
só você linda é o meu compromisso,
vamos juntos ao Cacique de Ramos.

O elefante da sala, de bunda pra rua,
que a gente tem contra mau olhado,
parecia que era uma bala perdida...
Teteca me acertou bem desse lado.

Levei oito pontos no quengo
fiquei duas horas desmaiado.
Meto umas porradas na negra...
não, fui dar queixa ao delegado.

Há muito tempo que Maria Tereza
está um doce, uma flor sem igual,
assinou um 129, lesões corporais.
Qualé? esculachar a minha moral!

Na verdade eu retirei a bronca,
mas ainda não contei pra ela,
faz de conta que me deu alforria
para eu ir nos pagodes da Portela.

* poema inédito, do livro “Melanina da Pura”

** Texto extraído de Maria Mulher - Informativo Ano 02 - Nº. 13 - 25 de julho de 2005 - Porto Alegre – RS

terça-feira, 12 de julho de 2011

















O cúmulo do humor negro é o sensacionalismo!


Flávio Roberto Sobral Delgado



Dedico este post a Lady Spectrum, em referência ao texto "Diversão", publicado em seu blog.




Socióloga lança livro sobre mulheres e loucura

Por Mabel Dias

Eleonor Silva é internada em um hospício após ter matado o marido. Neste local, ela escreve um livro, onde cada poesia é uma mulher e um mundo onde se precisa defender um gênero para não cair numa sexualidade que estigmatiza, fragiliza cada aspecto do ser diferenciado.
Esta é a principal história que norteia o livro Noor em Nós, da artista e socióloga, Bartira Dias. “O livro trata de esboços da vida de muitas mulheres subtraídas pela incoerência deste mundo capitalista”, explica a autora.
O livro encontra-se a venda nas livrarias Arte e Ciência e na Cultura, na cidade de Fortaleza. Mas é possível adquiri-lo pelo correio. É só enviar um email para Bartira, no endereço bartira_albuquerque@yahoo.com.br e solicitar seu exemplar.
O livro de Bartira Dias lembra a peça Hysteria, do grupo XIX de teatro da cidade de São Paulo. Na peça, que é baseada na pesquisa de documentos de hospícios femininos do século 19, quatro mulheres estão trancadas em um manicômio. São elas: M.J, Hercília, Clara e Maria Tourino. Esta última, assim como a personagem Eleonor Silva, também mata o marido após viver em uma relação de total submissão. Cada personagem conta uma história das mulheres do século 19 que eram encerradas em manicômios para “tratar de suas histerias”, que naquela época era considerada uma doença tipicamente feminina. Mas, se consultarmos o dicionário Aurélio hoje, encontraremos a seguinte definição da palavra histeria: “afecção mental cujos sintomas se baseiam em conversão, caracterizada por falta e controle sobre atos e emoções, ansiedade, sentido mórbido de autoconsciência, exagero do efeito de impressões sensoriais e por simulação de diversas doenças.”
Vale a pena conhecermos a história destas mulheres e de suas loucuras para podermos compreendê-las, e assim exercitar a solidariedade entre nós. De fato. As mulheres loucas, podemos dizer, são as mais discriminadas na sociedade, pois sem consciência de seus atos, são isoladas do convívio social, pela família e pela sociedade em geral. Com as mudanças provocadas pela luta antimanicomial este quadro começa a mudar, porém o preconceito com a loucura continua existente. Neste aspecto, temos muito ainda a caminhar...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ápice



Nada passa ileso por um buraco negro. Tudo se desfragmenta: pode ser um feto ou um elefante, pode virar pó, menos o próprio pó. O pó de cinzas, quando espalhado pelo sopro da vida, evidencia a imortalidade da alma. E a constante metamorfose de um desencarnar, mostrando para ti que a matéria e todas suas implicações só servem para portar algo muito maior: o infinito, lúdico, a reconstituição. Ao pedir uma luz de neon para sair de um buraco escuro, mostra claramente o quanto te preocupas com sua auto preservação de maneira ciente, mas cognitiva. O buraco negro para você é o tédio sendo imaculado em seu momento de devaneio e nada mais: por uma luz de autenticidade na escrita, quando incompreendido ou na falta de algo que ainda não sabes bem o que é, dramatizada com a inerência, constante e repentino estado de espírito passional de uma mexicana.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 26 de junho de 2011

Mulheres da Bahia se mobilizam para Marcha das Vadias

Slut é um termo em inglês que significa“vagabunda”. Slut Walk é um movimento que foi iniciado em Toronto, no Canadá, em maio de 2011, depois que um policial, ao proferir uma palestra sobre segurança num campus universitário, argumentou que as estudantes deveriam evitar se vestir como vagabundas para não se tornarem alvo fácil de estupros.
A partir disso, países como Argentina, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda e Nova Zelândia realizaram a Slut Walk, como protesto à culpabilização feminina em casos de estupro. Aqui no Brasil o movimento ganhou o nome de “Marcha das Vadias” e já foi realizado em cidades como Juiz de Fora - MG, Brasília -DF, Natal-RN, Florianópolis – SC, São Paulo –SP e Recife -PE.
Uma das marcas da Slut Walk ou Marcha das Vadias é a irreverência associada ao ativismo político. O movimento tem se configurado como importante espaço para a reivindicação de direitos sociais (mulheres, GLBTTI). As organizadoras e participantes defendem o uso do termo “slut” ou “vadia” como uma provocação.
Agora chegou a vez de Salvador – BA. No dia 2 de julho (dia da independência da Bahia) vai acontecer a Marcha das Vadias. Nesta entrevista, algumas das organizadoras do movimento debatem as principais motivações da marcha.
Esta entrevista foi concedida ao blog Operária das Ruínas, de Daniela Galdino.

Operária das Ruínas – Como surgiu a idéia de realizar a Marcha das Vadias em Salvador?
A Marcha é uma atividade que nasceu como instrumento para fazer enfrentamento à opressão contra mulheres a partir do episodio ocorrido em maio de 2011, no Canadá, e se espalhou por todo mundo. No Brasil. já vem ocorrendo em diversas capitais. E em Salvador, cidade em que o movimento social de mulheres é historicamente vanguarda na luta pelos direitos, não poderia deixar de lançar suas vozes.
Assim, inicialmente foi mobilizado um evento no facebook da Marcha Daspu com Dendê (agendada para ocorrer na Ladeira da Montanha), que não aconteceu, pois ninguém compareceu. Depois disso, a militante Sista Katia teve a iniciativa de criar o evento e um grupo no facebook para organizar a Marcha das Vadias em Salvador. Chamou uma primeira reunião no Instituto de Geociências da UFBA, na qual compareceram Sista Katia, Sandra Muñoz, Rafaela Moreira, Paula Regina, Luana Peixoto, Leila Grave, quando ficou definida a data da Marcha para 02 de julho de 2011.
Posteriormente, foram realizadas mais duas reuniões na Biblioteca Central dos Barris, quando prosseguimos encaminhando as demandas para a concretização da Marcha e cujas relatorias encontram-se postadas no referido grupo do Facebook, por Rafaela Moreira e Taisa Ferreira, respectivamente. Na segunda 27/06, às 18hs realizaremos a quarta reunião de organização da Marcha das Vadias de Salvador, na Biblioteca Central dos Barris.

Operária das Ruínas – Quais são os principais objetivos da Marcha?

Denunciar a violência sofrida por mulheres, gays, transsexuais, bissexuais, idosas, meninas, crianças, adolescentes etc.
Defender o respeito à liberdade sexual.
Marcar que somos donas do nosso corpo e não objetos sexuais.
Fazer reivindicações por políticas públicas para mulheres.
Exigir políticas públicas que defendam e façam cumprir a Lei Maria da Penha.
Exigir mudanças na legislação quanto aos crimes relacionados ao estupro. Afinal, as mulheres não podem ser apontadas como provocadoras do crime, como muitos defendem e legitimam. Portanto, é preciso conferir visibilidade a questão do estupro sofrido por mulheres do mundo inteiro. Questão essa que se configura como pauta importante do movimento feminista e de mulheres em geral, e que nunca foi tratada de forma séria na sociedade patriarcal e capitalista.

Operária das Ruínas – Conta com o apoio de instituições políticas, sociais e culturais? O movimento tem caráter institucional ou independente?

As instituições são representadas por mulheres que estão participando do processo de construção da Marcha, como o NEIM/UFBA, LESBIBAHIA, VULVA LA VIDA, WENDOSALVADOR etc
Mesmo pertencendo a entidades, estamos organizando a Marcha de forma independente, coletiva, democrática e transparente.
Portanto, a Marcha das Vadias (em Salvador) é independente também por estar aberta as outras minorias sociais. Convidamos a participarem da marcha: mulheres, homens, crianças, gays, lésbicas, a sociedade baiana, que é contra todas as formas de violência contra a mulher e está cansada de ver as estatísticas de crime aumentarem e as políticas publicas não darem conta.

Operária das Ruínas – Quais as reivindicações priorizadas pela Marcha das Vadias, levando em conta o contexto soteropolitano, baiano, na defesa dos direitos femininos?

Políticas públicas para mulheres;
Descriminalização e legalização do aborto;
Parto humanizado;
Efetivação da Lei Maria da Penha;
Reestruturação e ampliação da casa-abrigo;
Ampliação do orçamento público para atender às mulheres;
Estado Laico (liberdade de crença religiosa);
Proteção às mulheres carcerárias;
Inclusão do kit homofobia nas escolas;
Educação com recorte de gênero para irmos desconstruindo o machismo.
Estamos reivindicando, principalmente, o direito de decidirmos sobre os nossos corpos e sobre a nossa vida. De termos condições materiais, psicológicas, afetivas de sermos mulheres!

Operária das Ruínas – Questões polêmicas como a união homofóbica, a ldiscriminalização do aborto e da maconha são contempladas pelo Movimento Marcha das Vadias?

Sim.

Operária das Ruínas – Como as organizadoras do movimento entendem a “inversão de papéis” nos casos de estupro (e outras formas de violência), em que as mulheres, de vitimas, passam a ser taxadas como “provocadoras” das agressões?

A idéia da Marcha é denunciar este tipo de distorção, pois independente da roupa que a mulher use isso não pode ser utilizado como argumento para legitimar um ato criminoso como o estupro ou outras formas de violência, nem muito menos para desresponsabilizar o agressor que o comete.

O que: Marcha das Vadias ( Slutwalk Salvador).
Quando: 02 de julho de 2011, as 08:00 horas.
Onde: concentração no Largo da Lapinha, Salvador - BA.

Viemos anunciar que não somos apenas bunda e peito,
Merecemos Respeito!!
Mais informações: (endereço do evento no facebook).

Esta entrevista foi respondida coletivamente, com a participação de:

Alexandra Bunchaft- NEIM/UFBA
Cristiane Melo
Daniela Galdino - CEAO/UFBA, UNEB
Daniela Nascimento - NEIM/UFBA.
Paula Regina - Centro Acadêmico de Geografia/UFBA, Coletivo Contra Corrente
Sandra Muñoz - LESBIBAHIA
Sista Kátia - WENDOSALVADOR, VULVA LA VIDA
Taisa Ferreira - Coletivo Kiu/ Associação Beco das Cores / NEIM –
UFBA
Wagner Pyter - Movimento Exu Tranca Ruas, Coisasprafazer Salvador, salvadorsobretrilhos.blogspot.com e MovimentoPopular.com.br

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O SABER DÁ OPORTUNIDADE PARA SUPORTAR O SUPORTÁVEL:


Suportar o suportável instante: momento, mês, ano, anos. Quem sabe?
Você sabe?
Abrandar o abrandável:
Abrandar uma situação que pode ser resolvida quando rasteira a poeira
Para não levares uma rasteira do próprio ego exaltado, precipitado, no nevoeiro cegante, errante, de um descalçado andarilho. Seu brio se foi e deu lugar ao brilho permanente do suor no rosto e com repentina sensação de sacrifício diário ao ir a padaria ao lado da sua casa, sendo o pão para seu próprio consumo e seus demais familiares... Só a fome e a sede por solução o cega ao ponto de não ver que a um palmo do seu nariz a solução se anuncia.
Lembrar do que tem de ser lembrado:
Há água no fruto!!
Melancia
Esquecer o que tem que ser esquecido: não lamentar, estando ou não na presença de uma outra pessoa, do problema que estás enfrentando; e lembrar de focar na solução para não sufocar-se ou sufocar uma segunda pessoa, e ter ânimo para reerguesse.
Artificializa o artificial: o artificial não tem vida, você tem, por isso tenha ciência disso e respeite a sua e as dos demais, tanto a da natureza como as dos seus semelhantes!!
Cobre o que tem de ser cobrado: seja com você mesmo ou com os demais conhecidos sem se denegrir ou denegri-los
Pagar o que tem de ser pago: pago e durmo durante a noite, não pago, sou seguido, morto ou dou um chá de sumiço. Por isso, enquanto viveres, quando acordado, mantenha-se esperto, atento, ciente; ao dormir, faça o suportável abrandar-se e lembre sempre de como conseguis-te tal feito para que sempre que necessário você encontre o caminho para a reflexão.
Esqueça o artificial, cobre o sonho pagável, recorde não só ao dormir, mais ao estar acordado também, e assim saberás que o tédio não associado a nem um outro tipo de sentimento aflitivo só vem para aqueles que não aprenderam a respeitar o tempo e são céticos quando deveriam ser lúdicos. Não acreditar nas suas capacidades é o mesmo de estar morto, sem saber e quando não acreditas na sua capacidade e passas a acreditar é porque aprendestes a viver: e quando só aprendes na teoria e não colocas na prática, a sensação é quase a de um bebê que é super protegido pela mãe e não desenvolve saudavelmente a sua capacidade de se proteger em relação a certos tipos de enfermidades.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 5 de junho de 2011

Definitivamente pró-atividade não combina com egocentrismo

Eu sei que você tem capacidade para capacitar-se
Para se capacitar
Ser competitivo
Para ser competitivo
Para competir!
Para competir?
Você tem que estar apto a ampliar as suas capacidades, as suas fronteiras tem que ser a porta, o início para a expansão de sua mente
Para você chegar a ser um ser proativo, mesmo que sua aparência não aparente
Aparente inatividade. Você para sempre saberá que está na ativa, espiritualmente, fisicamente, interiormente e exteriormente, mostrando para si e os demais, sempre que necessário, que se expor desnecessariamente por soberba ou algo do gênero não é benéfico nem para si nem para os demais.

Como já diz um provérbio zen: “O prego que se destaca é aquele que será martelado”. Por isto mantenha o egocentrismo de lado, e saberás quando deverás se auto pronunciar em relação a da referência sobre seu histórico acadêmico a fonte do seu saber: às suas aptidões, atribuições e qualificações, não devis evidenciá-la no escuro, para o desconhecido, volúvel.

Flávio Roberto Sobral Delgado

OBS: fonte da segunda imagem: projeto La Mission. Arte: Egocêntrico; artista: Marcos K. Tonelo. Naturalidade: Santo André -SP

domingo, 22 de maio de 2011

``Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina´´.

Cora Coralina



Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889 - 1985) foi uma poeta goiana
.

domingo, 15 de maio de 2011

Quem tem medo da loucura? Estudantes de Psicologia da UFPB realizam IV Semana de Luta Antimanicomial

Por Mabel Dias

O Coletivo Canto Geral, formado por estudantes de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realiza a partir desta quarta-feira (18) a IV Semana de Luta Antimanicomial. A programação é vastíssima, incluindo rodas de diálogo sobre loucura e arte, a participação da família no tratamento das pessoas que sofrem de transtornos mentais, sociedade e saúde mental, além de lançamento de livros de poesia, ato público, shows e sarau poético.

A proposta do evento é levantar a discussão das várias formas da loucura e de sofrimento psíquico e da importância da saúde mental para a cidade, como o intuito de informar, esclarecer e questionar sobre as práticas que têm sido ferramentas para o tratamento da loucura.

A programação será aberta com o lançamento do livro "Residência Terapêutica: pesquisa e prática nos processos de desinstitucionalização", no dia 18, às 8h30. Em seguida, terá início a primeira roda de diálogo da Semana, “Loucura, Arte e Cidade: as diversas formas de viver a reforma psiquiátrica”, com os facilitadores Paulo Amarante, coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental da Escola Nacional de Saúde Pública, e Flávia Fernando, diretora do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, local onde serão realizadas boa parte das atividades.

Será lá, no Juliano Moreira, também no dia 18, às 20h, que o poeta Lau Siqueira, vai lançar seu quinto livro de poesias “Sem pele”, com apresentação do Círculo dos Tambores. E nesta semana que se coloca em discussão a luta antimanicomial, a loucura e a política de saúde mental na grande João Pessoa não podia deixar de contar com a presença de Tom Zé, artista que sempre traz em suas apresentações e em sua música a inclusão das pessoas que sofrem de transtornos mentais. O show de Tom Zé será realizado no Ponto de Cem reis, Centro de João Pessoa, a partir das 20h.

Sem dúvida, o coletivo Canto Geral inovou ao pensar esta programação, trazendo à tona temas muito importantes para serem discutidos por usuários, técnicos, familiares e pela sociedade como um todo, assim como nas atividades que compõem a IV Semana de Luta Antimanicomial, tema muito pouco discutido e principalmente praticado em toda sua plenitude. Senhora das Palavras já publicou textos que falam sobre a loucura e a reforma psiquiátrica no Brasil, e que servem de base para debates nesta IV Semana, que são “Como anda a política de saúde mental no Brasil?” e “Estamira e a loucura. Ou o que é a loucura?”

O 18 de maio é a data que marca o Dia da Luta Antimanicomial. Desde 1987, um grupo de profissionais de saúde lançou um movimento nacional centralizado em Bauru (SP), com o lema "Por uma sociedade sem manicômios". O movimento luta pelo cumprimento da Lei 10.216 de 2001, que normatiza a Reforma Psiquiátrica. Em síntese, a reforma representa a implantação de uma rede de serviços substitutivos aos manicômios, como CAPS, Hospitais Dias, entre outros.

Confira a programação completa: http://semanadalutaantimanicomial.blogspot.com/

domingo, 8 de maio de 2011

Você sabe qual é o cúmulo do machismo?
Uma mulher machista!!















Flávio Roberto Sobral Delgado

sábado, 7 de maio de 2011

Porra

Você já ouviu aquele ditado que diz: se conselho fosse bom não se dava, vendia-se?! Pois é, o ser humano é assim, se faz ser. Nossos antecessores nos passam todas as mazelas, como por exemplo: supostos métodos educacionais, sem meio termo. Ou mima demais ou faz seguir um regime como num quartel e o resultado dos dois extremos é o incomum, é o que ostenta a demência de ambos métodos defasados de reciprocidade , educação. Quando é mimado e cresce fica egocêntrico, e abusa da persistência com malemolência e esperteza; e quando é educado de forma agressiva fica egocêntrico, usa da força física para intimidar e conseguir o que quer, às vezes a pessoa agi assim para extravasar, pois via ou vê o pai chegar bêbado em casa e bater na mulher ou no irmão. E assim vai passando adiante. As primeiras hipocrisias vem de dentro de casa, e ai aquela criança cresce, entra na adolescência, chega a fase adulta sem saber ouvir, expressar, discernir e termina por agir como o pai ou a mãe agia, sem equilíbrio emocional, essa corrente só aumenta. E ai você pergunta, por que fulaninho é tão idiota!? E ai eu pergunto para os pais, chefes, policiais e políticos porque eles não deixam a hipocrisia de lado? Sustentada pela máxima: faça o que eu digo e não faça o que eu faço.

Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras."

( Sigmund Freud )

sábado, 30 de abril de 2011

O amor está além das banalidades

Quando meu peito está amargurado, amarga o meu paladar, o meu tocar, o meu sentir, fica difícil distinguir as coisas, ao ponto de me isolar da minha sanidade de uma maneira que nem um doce mais doce é capaz de abrandá-lo, adoçá-lo por pouco que seja. Ela é irremediavelmente obstinada, determinada a não ceder no impulso do pulso, pulsante momento, calor e calafrio delirante, insano, por não cessar. Eu luto para me orgulhar ao negar a mim mesmo por temer que ao ceder, meu coração seja sumariamente, impetuosamente, dilacerado por um coração corrompido pela ganância de um ser funesto de consciência e reciprocidade. Por temer que minha alma venha a declínio! Mas aí depois de tanto eu temer, se faz necessário que surja o meu antídoto, a minha oportunidade de querer continuar ou não vivendo, interagindo, ao despertar o que está intrínseco no viver, ressurgir, sobreviver do homem, quando um estalo da na minha essência clama por liberdade e oxigenação cerébral. E ai eis que surgem as almas afins. Elas surgem com o propósito de renovação, compartilhar e não temer ao me encontrar ou ao encontra a si; encontrar-se solitário por entre pessoas ou ao estar só em um ambiente em tempo integral, é se permitir novamente a novas trocas de fluidos, pois esses são genuínos, cristalinos. Um beijo seco não perpetuará se em seu néctar essencial o amor lá estiver, ele irá deleitar-se no lábio e na saliva de quem o receberá e explodirá numa química protéica, perfeita, me energizando devidamente e distribuindo-se para todos os complexos do meu corpo, o que irá me revigorar em meus pontos vitais, que conseqüentemente, equalizará na reabilitação do meu nobre coração de tanta emoção ao refrescar-se na pura essência do adocicar, extraído do néctar do amar, do amor arborizado em um sucessivo ressurgir, renovar. A fênix lá estará e para sempre me acompanhará na outra vida que se iniciará, na hora que se atenuar, lá ela permanecerá e se equalizará na alma e no meu peito, por escolha, que lá ela permaneça , para reencontrar o amor adormecido que lá ressurgirá consigo e conseqüentemente estender-se-á à pessoa amada.
Flávio Roberto Sobral Delga

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abaixo assinado contra programa A Casa dos Autistas da MTV

Amigos(as),

Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:

www.peticaopublica.com.br


Pessoalmente, concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar.

Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos.

Obrigado,
Flávio Roberto Sobral

Existe padrão de beleza entre as mulheres do cenário alternativo?

Por Mabel Dias
Geralmente é pela manhã que me dão uns “estalos” na mente, de onde brotam reflexões sobre momentos/temas que discuto ou vivencio. E na manhã deste domingo, 24, acordei com a seguinte reflexão: existe padrão de beleza entre as mulheres do cenário alternativo? Infelizmente, cheguei à conclusão que sim. Lancei o questionamento no facebook (página de relacionamentos virtuais na internet) e algumas pessoas se pronunciaram, concordando comigo.
Pois é, se em um cenário alternativo onde podemos nos vestir e agir como somos encontramos moldes estéticos parecidos com o que existe na sociedade que questionamos, o que fazer então? Continuar refletindo até conseguirmos quebrar com isto? Queremos quebrar com isto? Certa vez, uma garota chegou para mim e disse que foi muito discriminada na adolescência porque não estava dentro dos padrões de beleza da turma com quem ela andava. Resultado: tem traumas até hoje e não sai de casa sem estar maquiada. Pegando o gancho nesta história, me vem a mente o preconceito que sofrem as mulheres negras, devido ao seu cabelo crespo. A maioria lida bem com isto depois que cresce, mas ainda carrega mágoas ou traumas dos preconceitos que sofreu quando era pequena. Há casos de crianças negras que negam sua cor, sua identidade porque acham o padrão branco bonito e o negro feio. Vejam só!
Não é apenas este padrão de beleza que vemos nas Tvs, revistas, internet, etc, que está inserido dentro do meio alternativo. O próprio cenário alternativo cria padrões de como se vestir e agir. Por exemplo, observei algumas vezes que aquela menina que tem mais piercing ou tatuagens, ou que usa uma camisa “transada” ou com estampa de banda que a maioria gosta, ser mais bem aceita do que aquela que não tem/usa nada disto. Rola uma aproximação maior com esta que está com piercing e tatuagens do que com a que não tem.
Muitas vezes estes comportamentos acontecem de maneira despercebida, inconsciente. As meninas gordas também são discriminadas. O fato de não querer uma aproximação maior ou amizade com ela já demonstra este tipo de preconceito. Conheço outro caso de uma amiga que recebeu inúmeros xingamentos por discordar de algumas atitudes e foi discriminada só pelo fato de ser gorda. O caso dela foi bem sério e veio de um movimento que não dava para esperar que viesse: o anarcopunk.
É realmente lamentável que este tipo de comportamento aconteça entre as mulheres alternativas, que até questionam este padrão de beleza que é vendido diariamente pela mídia; porém, acabam por reproduzi-lo. Parece que fazemos todo um discurso, mas nossa prática sai totalmente da rota que nos propomos a seguir: nos debates que realizamos, nos zines/blogs que escrevemos, etc. Ser à margem realmente não é fácil. Mas não custa nada nos atentarmos a isto e sermos um pouco autocríticas e não reproduzirmos aquilo que discordamos e sabemos, causa problemas a nós mesmas, pois para se chegar a este padrão (que não é nada aceitável), muitas mulheres acabam ficando anoréxicas ou bulímicas, fazendo tratamentos estéticos para ficar com o rosto claro, alisando os cabelos, enfim, se utilizando de toda a industria da estética e da moda para poder ser aceita pela sociedade.



www.senhoradaspalavras.blogspot.com

sábado, 23 de abril de 2011

The Nobodies / Os ninguéns

Texto referente a interpretação do video e letra por: Flávio Roberto Sobral Delgado.
Obsr: o nome Nercia não consta nos autos desta obra, reconheço assim, ser totalmente, para complemento da minha interpretação.


A vovó Nercia falou que se eu não obedecesse, Deus me castigaria!! Mas se Deus é tão misericordioso, perdoa a tudo e a todos, por que ele haveria de me castigar? Toda essa bondade de Deus não se aplica a mim e ao meu irmão!! Por que eu sou diferente de todos os outros? Eu apenas estava com fome e comi uma broa a mais, e por isso, somente por isso, a minha avó me condenou com a autoridade que tem por se dizer filha de Deus!! E o que ela faz comigo e meu irmão não conta? Eu sou apenas uma criança enclausurada, numa suposta sacristia, declamada pelo ego da minha avó que em seu fóssil âmbito de loucura ela pergunta: há alguém mais temente a Deus do que eu?? Não faz sentido, temente por que? Se Deus perdoa a tudo e a todos; eu sou apenas uma criança, mas sei que o que a minha avó faz comigo não é bom, pois me machuca, dói por dentro e dói mais ainda por não saber o que fazer para ajudar a mim mesma e a meu pobre irmão Alfred. Minha avó grita em alto e bom som, para quem quiser ouvir, que eu e meu irmão somos sujos, fétidos, horrendos, incuráveis de um mal sem precedentes, por isso se faz justificável eu ficar presa, enclausurada. Talvez a vovó tenha razão, ela não nos expõe para o bem da nossa família. Para o nosso bem!? Mas se sofremos de algum mal, será que quando morremos as pessoas boas, assim como a vovó, irão nos reconhecer como um deles? Pois ainda seremos sujos, fétidos, horrendos, incuráveis de um mal sem precedentes. Será que quando morrermos, nos tornaremos alguém? Ou continuaremos a ser indizíveis, invisíveis? E por fim, nos desfragmentaremos como um corpo carbonizado ao vento?? Pois se não somos filhos de Deus, somos o que? Desalmados!! A vovó esta certa, não irei mais questioná-la, pois ela agora a pouco afirmou que há uma esperança de cura para mim e meu irmão, sob a condição de ambos não mais questioná-la!! Não irei mais fazer dela um bicho de duas cabeças ou pensar que ela andará ao lado dela mesma, como se olhar para ela fosse me ver a sua imagem e semelhança futura, reflexo do seu semblantes de ser ou parecer com ela interiormente e esteticamente, pois sinto um vazio imensurável emanando dela. Não mais farei isso. Serei eu e apenas eu, e meu irmão!!

Flávio Roberto Sobral Delgado

Livre ao longe de ser livre!!

Interpretação do vídeo:
Sou bicho solto, um libertino, desajeitado, louco, livre, alucinado pela noite, pelas possibilidades de uma vida fácil e farta, que só o crime oferece!! Mulheres, drogas, viagens alucinógenas, é tudo que preciso para viver, a me imaginar ser ou agir como um herói ou um anti herói. Tudo depende do momento. Eu faço ou tento fazer o meu momento por caminhos ilusoriamente sólidos, mas passageiramente reais, de ser ou não ser aquilo que eu desejo ou desejaria ser. Se regressar depois de tanto tempo afastado das ruas, após ser pai, não me assustasse, pois as sombras, meus fantasmas, estão me puxando par ao acerto de contas que prorroguei ou empurrei com a barriga por muito e muito tempo. Esse é o meu fim, e o começo sem fim de mim na vida de meu filho. Estou preso em mim!!

Flávio Roberto Sobral Delgado

quinta-feira, 21 de abril de 2011



Adestramos um animal irracional para que ele nos obedeça, e parece que ao fazermos isto nosso instinto supera a razão, e passamos a agir como animais irracionais, selvagens, por pura vaidade e resquícios ditatóriais de um pensar educacional arcaico em constante e desnecessária reafirmação de quem manda, quem dá as cartas.
Nós somos uma sociedade ou uma alcatéia?

Flávio Roberto Sobral Degado


Fim dos tempos

O que você faria se só te restasse 24hr para a dona morte te levar?
Loucuras!?
Mais já fazemos tantas!!
Pode ser que ela te mande um scrap e você esteja muito ocupado, fazendo alguma loucura!!Bem, dependendo do ponto de vista, do que se pode considerar loucura ou não, diante destas tais possibilidades que se tem referência dentro deste contexto, a sua primeira loucura, no caso, já seria não verificar os scraps, ou esquecer!! Eu, por exemplo, sou um maluco beleza!! Simplesmente por não compactuar com hipocrisia demasiada que venha a prejudicar a uma ou mais pessoas; não tiro proveito das pessoas, de forma a me promover, e ao mesmo tempo, desmerecé-las. E isso é ou pode ser considerado loucura!! Pois no mundo de hoje, sem máscaras, qual é a verdadeira e derradeira concepção de competir, se destacar, seja aonde for? Quais são as regras básicas de boa convivência e estímulos que deveriam ser sinceramente passadas adiante e não o são na prática?? Bom senso e critica construtiva, só para começar, e suas inúmeras vertentes; principalmente em local de trabalho, ou em algum outro lugar, aonde uma situação a qual você se sinta acuado a falar, por puro receio que a pessoa aja como vitima, e que você tenha medo que ela se afaste, por que você goste dela ou porque sem ela você se sinta só!! Isso é ou não é uma loucura?? Deixar de falar o que pensa, com veemência e respeito com o chefe, esposa ou seja lá quem for, por medo que aquela(o), o deixe, o abandone, demita... Eu já fui assim, e foi graças a isso que hoje eu tenho uma personalidade legal e tranqüila. Agora isso não significa ser intolerante ou não engolir alguns sapos de vez em quando, toda regra tem uma exceção, e para toda exceção também tem uma regra, um limite estipulado por suas condições físicas e psicológicas!! E é por essas e outras tantas loucuras ocultas, ou que passam simplesmente despercebidas, que concordo com nosso queridíssimo Wanderley Elian Lima, quando ele sabiamente diz que: “Não acumulo loucuras para o último dia, vou realizando-as todos os dias.” Caso assim ele não pensasse ou pensasse e não agisse, ele seria apenas mais um interno num hospício, por simplesmente, esporadicamente, falar ou brincar de falar algumas verdades, das quais os respectivos engessados não autentiquem as suas pútridas referências , atitudes. E é por isso que aqueles que, mais do que nunca, certificaram-se da sã consciência de um suposto moribundo, que eles o entregavam ou ainda entregam as feras de uma quimera enrustida, pobre e pragmática ou simplesmente dão um belo pé na bunda!! Isso é, ou não é, fazer ou viver com a loucura?? Diante de tudo isso só mencionaria mais um detalhe: viva o hoje, pois suas atitudes para com você mesmo e para com o próximo vão determinar o seu futuro, e ai quem sabe se a morte vê que você tem algo a mais a oferece-lá, alem do que já esta defasado na sua vida, ela te der mais oprtunidades, na súbita tentativa de te pegar na proxíma vez de forma mais avassaladora ou renovadoura? Quem sabe se ela não te der alguns créditos a mais? E ai quanto mais a morte esperar para te pegar, mais loucuras você fará, e com maior conhecimento você partirá, e os outros grãos que lá na hora da tua morte caírem da tua mão por terra, lá eles germinarão, na alma e na mente daqueles que te conheciam e te admiravam, e conseqüentemente, essa pessoas se emanciparão e sucessivamente não compactuarão com a cólera do mundo. E as loucuras não diárias, convencionais, eu faria nas minhas ultimas 6 horas, mas com certeza tentaria não fazer nem uma idiotice pela qual eu venha a me arrepender no meu ultimo minuto de vida!! Mas se eu fizesse alguma idiotice no meu ultimo segundo, eu sorriria, pois saberia naquele instante que eu havia vivido plenamente como eu realmente era, sem falsas modéstias a meu jeito de ser.



Flávio Roberto Sobral Delgado
Dedico ao Blog Mente Hiperativa


domingo, 17 de abril de 2011

Correntes incógnitas

-Eu sou a sombra dos assombrados. Mas agora assombro até a sombra daquele que está na sombra do outro lado! -Lado? -É, ali, do lado direito daquele sombreiro, que esta no sobrado ali, bem ali. É aquele cabisbaixo de rosto pálido; ele me assombrou naquele mesmo sobrado. Ali eu me amargurei, agora irei amargar, amargá-lo na sua vida de sombras, sobrados e a assombros! Da mesma forma que ele me fez perder a minha paz e passar a odiá-lo, assim eu também o farei, e sem sentir pena deste pobre diabo!! -Isso foi apenas uma infelicidade casual, não se deixe levar pelo calor da emoção, respire fundo e acalme-se, raciocine homem!! -Já pensei demais. O que eu mais quero é ser o Freddy Krueger nos seus piores pesadelos, quero pressioná-lo, atingi-lo em seu córtex cerebral de dentro para fora, e vê-lo enlouquecer dia após dia, da mesma forma que ele fez comigo, sem dor nem piedade. -Ele fez com ti, o que em outrora, fizeram com ele, não te lembras de Tom? Aquele que era órfão de pai, e que só tinha em sua vida a irmã Trudy!! -Sim ,sim agora eu me lembro. -Pois é, ele é aquele menino que surtou quando um outro rapaz chegou perto dele e disse-lhe que a sua irmã tinha morrido, enquanto a mesma estava bem viva em seu trabalho matinal!! -Agora eu entendo do porque ele fez isso comigo e outros tantos mais. Diante de tudo isso, eu serei aquele que quebrará essa corrente. -E como conseguirás tamanho feito? -O questionando, no propósito de fazer com que ele se auto questione. Eu serei o fator divergente!! Não quero que ele termine como um Freddy Krueger ou como tantos outros das páginas policiais!! Flávio Roberto Sobral Delgado O texto não está na formatação correta por causa de problemas técnicos do blogspot. Agradeço a atenção de todas e todos.

É na bagunça que eu me enquadro; mais me enquadrar por causa da minha bagunça, jamais alguém o fará, a não ser que assim, eu o permita!!





Flávio Roberto Sobral Delgado

sábado, 16 de abril de 2011



A escolha foi minha

Interpretação: Eu me apaixonei por ti, e logo em seguida, após alguns meses de convivência, fechei os olhos para não enxergar, ou não enxerguei, sei lá, o fardo que és em minha vida!! Parei de viver a minha vida para viver a tua. Agora me vejo pegando a tua mão e sentindo todo peso do teu corpo sobre o meu, como se tivesse te carregando por léguas e léguas e como se todos me olhassem com pena, perplexas por mim, por eu agir assim!! E quando cheguei ao meu limite, não agüentei e esgotei, senti que era meu fim, a sensação de morte foi como se você tivesse tido uma overdose, e eu, que nunca provei uma droga, sentisse o efeito no seu lugar, que era de completa escuridão. Eu, zonza, e quase desfalecendo, como alguém que está com anemia e não sabe. Ao me ver em teus olhos bem vivos, cheios de vida, desfalecer-me, eu ainda o culpava. Mas ao ver a mim mesma no reflexo dos teus olhos, desfalecer-me, eu já não mais te culpava, por isso não te culpes, pois já no meu último suspiro eu não mais o culpava. Pois agora, só agora, no meu leito de morte descobri que a escolha foi minha!! Flávio Roberto Sobral Delgado

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Auto análise e sucessiva compreensão de um autista II

Eu sempre tive um carinho muito grande e admiração por autistas, independente de grau, intensidade, pois tudo para eles é mais significativo e intenso. Eles enxergam além. Se existem pessoas que sabem aproveitar bem o seu tempo são os autistas. Eles não observam só por observar; e quando eles observam, eles também sentem, é sempre um sentido complementando o outro. Detalhe: isso é em tempo integral, corriqueiramente; por isso é que eles se apegam em determinados tipos de comunicação. E o preferencial para eles com certeza não é a fala. Já viu aquele ditado que diz: aprende mais aqueles que falam menos e escutam mais, pois é, esse é o lema do subconsciente dos autistas; e é um aprendizado ancestral e há menos possibilidades de se corromper, defazar, e o melhor, não se impõe sobre nada e nem ninguém!! Como exemplo de comunicação mais favorável para eles: as artes plásticas. Por maior gênio que ele seja nessa arte, ainda assim, ele sente a necessidade de aprender, aprimorar, absorver não para competir, mas sim para se integrar cada vez mais, dentro de si ao se sentir aprendendo por conta própria, isso o alimenta e faz com que eles se sintam completos, em seu sentir mais profundo. O que o corpinho dele não trabalha, o cérebro trabalha em dobro, ai esta o porque da genialidade dessas pessoas e o porque do individualismo delas. O que elas fazem é proteger-se e proteger aquilo que ele considere uma extensão de si. Exemplo inusitado, mais significativamente expressivo e sucinto: seria como você ter um camaleão de estimação e sem querer você cortasse a cauda dele, até que ela se regenere, ele talvez não deixe que você se aproxime, por medo que o machuque novamente ou por receio que você interfira e ele não consiga mais um resultado significativo para ele... É mais ou menos assim no meu ver que funciona a cabeça de um autista. E é justamente por eles serem tão conectivos com seus sentidos e aprendizados que uma fração de um milionésimo de segundo, numa pressão de um pai ou mãe para que ele interaja da forma que eles querem, pode se tornar um tormento devastador, enlouquecedor, ensurdecedor, não plausível, um infarto cardíaco ou uma paralisação vascular, uma pane no sistema, um invasor; tudo é tão forte e intenso que ele se retrai, se bate, debate para conseguir liberar a adrenalina e não retraírsse por completo, para que aquilo que o incomoda não penetre no seu mundo não polua o seu espaço. É como se todos os autistas fossem do signo de peixes e todos os não autistas fossem arianos? O mundo dos arianos é competitivo, invasivo, bom, moderado, avassalador, complementar com outro complemento, raramente complementasse com seu auto bem estar e quando se está bem, logo procura algo para não mais bem ficar. Substituição de coisas e pessoas, o que sobrou da última remessa reaproveitasse e o resto joga fora, quando não joga fora cai em esquecimento; e quando é lembrado é porque aquele que te usou e te esqueceu encontro um outro alguém, a quem se rendeu e a usou-a e sucessivamente a esqueceu, esquecesse. E sim eles também amam, e sabem ser amáveis quando querem, é claro. O pisciano vem para trazer para o ariano mais serenidade, menos impulsividade... Já o ariano traz para o pisciano, mais dinamismo, incentivo. Falei dos signos, porque para mim isso também tem mais ciência do que misticismo!! Por que? Nunca li nada a respeito de como começou ou surgiu essa parada de signos, mas pela lógica descobri que: ao fazer associações livres é possível se detectar possíveis ações e reações similares psíquicas, entre animais irracionais e racionais. Subdividindo-se em categorias chegou a esses mapas astrológicos por supostas ou não, formações ilustrativas dos respectivos signos ou imagem subliminar com estrelas, e como resultado essa tabela de signos foi criada. Observando isto pude perceber também que, o que é considerado fictício pode ser também neuronal, que é uma parte ainda não compreendida do nosso ser, por isso o que pode ser considerado loucura pode não ser. Se é considerado loucura, pode ter sido por pura falta de conhecimento de como aquilo funciona ou de onde veio aquele raciocínio, algo parcialmente ou completamente tipo quântico!! Dei o exemplo dos signos, por que no dizem que os piscianos vivem com a cabeça na lua, ou que tem a mente muito fértil e são desligados do mundo; pois é, é a mesma coisa que falam dos autistas. Não estou fazendo apologia ao autismo!! Simplesmente quero que antes de exigirem que eles entendam vocês, procurem entender a eles, por que se vocês conseguirem compreender a estas pessoas maravilhosas, vocês aprenderão um pouco mais a respeito de si mesmos. Certa vez, Sigmund Freud chegou a conclusão que: ‘A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz’. Será que os autistas seriam os precursores dessa filosofia, atribuídos a sua essência, de um despertar para si quando não mais se sentem compreendidos, ou ao sentissem deslocados de um ambiente diário em que eles convivam?? Eles olhassem para eles mesmos como um tipo de mecanismo de defesa, para que ao olhar a si, a busca interior começasse, na tentativa de melhor lidar com as situações, divergências e sucessivamente apaziguar e aliviar as suas tensões do dia a dia!! Seria uma situação providencial, para que os pais aprendessem a conviver em harmonia e vice versa?? Na busca de um saber de como viver, Confúcio descreveu: ‘Só aqueles que encaram despreocupadamente as coisas com que se preocupam os homens pode preocupar-se com as coisas que os homens encaram despreocupadamente.’ Essa é a verdadeira sabedoria e vida de um autista. Mas e você, como achas que lidaria, administraria todas essas informações se apenas tivesse a mentalidade de uma criança de 6 a 10, 12 anos!? Pois é, essa é a verdadeira dificuldade de um autista, por isso se faz necessário um profissional competente da área e não um charlatão e muita, muita paciência e tolerância por parte dos pais. Não confundam criatividade acima da média com problema mental. Só mais um esclarecimento: geralmente quando uma pessoa fica entediada e está sozinha, com algum tipo de expectativa e não tem uma tarefa que deva ser efetuada a curto prazo, qual é a primeira reação dessa pessoa? Anda de um lado para o outro, levanta-se retorna a deitar-se, ou seja, fica inquieta; assim também acontece com os autistas, por isso aquele famoso movimento repetitivo de ficar sentado impulsionando o tronco para frente e para trás, quase que aparentemente numa tentativa de entrar em transe, êxtase. Essa inquietude quando não fácil de detectada o motivo, creio que seja por um conflito de análise e compreensão dele com ele mesmo, anseio por interagir ou entender algo que se passe por sua mente. Assim como uma pessoa que não entenda um assunto da próxima prova e aja de forma irritada. Por o autista viver tanto em si, o que o incomoda ele tenta abstrair com uma sensação de liberdade como um balançar de quando se está num balanço, isso o acalma mais nem toda vez resolve; pois às vezes o conflito pode ser mais forte do que ele possa suportar. Observação: ao fazer este movimento, não chegue e nem o pegue de forma abrupta, pois pode piorar a situação, chegue com calma e olhe para ele com transparência e conversando, que aos poucos isso amenizará a situação e ele vai voltando ao controle de si. Flávio Roberto Sobral Delgado

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pink Floyd - The Wall o filme

Esse filme fala de mais coisas do que supõe a nossa vã filosofia!! Fala de avanços tecnológicos e retrocessos humanos e sociais. Pobreza, desigualdade, fala de oportunistas e infortúnios pessoais e interpessoais, na tentativa de mostrar por vários ângulos o caos que uma guerra gera e pode gerar. É pura simbologia e psicologia, política, associação de fatos de outrora do pós-guerra, retratado com a luta interna de um órfão inconformado com a perda do seu pai e sucessivos fracassos pessoais e profissionais atribuídos a essa grande perda, e a falta de bom senso daqueles que tinham ele em seus cuidados durante a sua infância. E tudo isso personificou-se em sua alma e mente, de um ponto de vista permanente, de quando era uma criança com ele mesmo, e sucessivamente mais distante de si mesmo ele ecoava, ecoava e recuava, e que conseqüentemente, perpetuou-se e agravou-se com o passar do tempo, pela cobrança da perda da própria infância, que refletia-se assim em seus semblantes de solidão em sua fatídica vida na eterna busca de sentir-se amado e protegido. E por fim, a loucura o a comete, se exterioriza, explode e emana ferindo quem está por perto e quem um dia o apoiou sem conhecer a sua verdadeira e derradeira história e as suas reais condições psicológicas em que ele vivia. E na última cena quando aqueles meninos começam a por um tijolo sobre o outro, para mim dá margem a seguinte pergunta: quantos muros, tipo aquele de Berlim, interiores e exteriores nós somos capazes de construir em nós mesmos e em sociedade e quantos mais serão reerguidos por nossos pútridos políticos que querem nos adestrar, psicologicamente, por: status, atitudes, crédulo e raça?? Por que os martelos simbolizam os soldados? Por que apesar das suas pernas marcharem para a mesma direção as suas cabeças nunca estarão em harmonia com o coletivo, seja dentro ou fora do quartel as diferenças e os motivos de todos estarem ali divergem, mas camuflam-se quando perguntam, para eles o porque de tanta carnificina e vidas tiradas pelas próprias mãos de cada um deles?? Uns simplesmente respondem que estavam cumprindo com suas atribuições, obrigação. As máscaras de porco, expressão a lei de: talião (do latim lex talionis: lex: lei e talis: tal, aparelho que reflete tudo), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes. Observação o governos ditatoriais. A ditadura usava dessa lei arcaica e de sgnificado dertupado a respeito do real sgnificado de reciprocidade, de forma abusiva e hipócrita para manter as pessoas em servidão; as máscaras de porco remetem justamente a isso, ninguém fora do poder militar tinha autonomia e direito, se um caísse na lama todos os outros iam ou caiam juntos, toda face era face, toda vida era vida sintetizando a banalização do ser pelo ser . Para mim, o filme Pink Floyd- The Wall é o primeiro filme épico do gênero drama e revolucionário por sua ótica e áudio em constante sintonia do inicio ao fim. As cenas ilustram toda a temática abordada nas letras do Pink Floyd.


Flávio Roberto Sobral Delgado
Exemplo: Another Brick In The Wall / Outro Tijolo Na Parede (tradução) pt.1 O papai voou pelo oceano Deixando apenas uma memória Foto instantânea no álbum de família Papai, o que mais você deixou para mim? Papai, o que você deixou para mim? Tudo era apenas um tijolo no muro Todos são somente tijolos na parede "Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota!" Quando crescemos e fomos à escola Havia certos professores que Machucariam as crianças da forma que eles pudessem (oof!) Despejando escárnio Sobre tudo o que fazíamos E os expondo todas as nossas fraquezas Mesmo que escondidas pelas crianças Mas na cidade era bem sabido Que quando eles chegavam em casa Suas esposas, gordas psicopatas, batiam neles quase até a morte pt.2 Não precisamos de nenhuma educação Não precisamos de controle mental Chega de humor negro na sala de aula Professores, deixem as crianças em paz Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz! Tudo era apenas um tijolo no muro Todos são somente tijolos na parede Não precisamos de nenhuma educação Não precisamos de controle mental Chega de humor negro na sala de aula Professores, deixem as crianças em paz Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz! Tudo era apenas um tijolo no muro Todos são somente tijolos na parede "Errado, faça de novo!" (2x) "Se você não comer sua carne, você não ganha pudim. Como você pode ganhar pudim se não comer sua carne?" "Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota!" pt.3 Eu não preciso de braços ao meu redor E eu não preciso de drogas para me acalmar Eu vi os escritos no muro Não pense que preciso de algo, absolutamente Não! Não pense que eu preciso de alguma coisa afinal Tudo era apenas um tijolo no muro Todos são somente tijolos na parede