quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ápice



Nada passa ileso por um buraco negro. Tudo se desfragmenta: pode ser um feto ou um elefante, pode virar pó, menos o próprio pó. O pó de cinzas, quando espalhado pelo sopro da vida, evidencia a imortalidade da alma. E a constante metamorfose de um desencarnar, mostrando para ti que a matéria e todas suas implicações só servem para portar algo muito maior: o infinito, lúdico, a reconstituição. Ao pedir uma luz de neon para sair de um buraco escuro, mostra claramente o quanto te preocupas com sua auto preservação de maneira ciente, mas cognitiva. O buraco negro para você é o tédio sendo imaculado em seu momento de devaneio e nada mais: por uma luz de autenticidade na escrita, quando incompreendido ou na falta de algo que ainda não sabes bem o que é, dramatizada com a inerência, constante e repentino estado de espírito passional de uma mexicana.

Flávio Roberto Sobral Delgado

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