sábado, 27 de outubro de 2012

Mão dupla

O amor é a alquimia dos sentimentos; é o ápice da construção das constituições neuronais, definidas por similaridades e peculiaridades passadas e presentes (e essa regra independe de sexo,idade, crédulo ou raça). Ele é personificado e destinado no demonstrar ou sentir. Ou ambos ao mesmo tempo. Sim, porque nem sempre quem demonstra, ama e nem sempre quem, ama demonstra.

E se o amor deixa burro ou deixa cego, como muitos creem ou querem crer, para manter uma pose boêmia ou poética, eu os pergunto: se o amor fosse cego, a paixão das nossas mães não nos sufocaria? Ou se amor é cego, e Deus para quem crê, é todo misericordioso e puro amor, como ele faria: construiria tudo que ele fez. Ele nos faria escravos como a paixão faz com tantos corações. Para mim, a paixão existe por dois propósitos: descobrir a si mesmo, combinar e definir, aprender o significado ao extremo do que é auto controle, e como o elixir do amor, para que a razão se sobressaia, e ai sim, o amor surja. Uma dose de loucura de um e a serenidade do outro se faz necessário. Os sentimentos momentâneos, com pólos diferentes, se atraem, complementam, como um tipo de magnetismo fluente. Se quem sente não luta contra ele, mas o absorve, assimila e compartilha. Equilíbrio, este terá sempre que ser reavaliado por ambos: marido e mulher, pais e filhos, irmãos e enteados, amigos e conhecidos para um momento, um dia, uma hora que será perceptivamente sentida, e por fim, reconhecida. Que a união de um para com o outro não é um simples acaso, uma coisa banal.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 21 de outubro de 2012

Associacionismo

O sabor da cereja deleita-se na saliva de quem deseja: se sujeitar ou mandar ser passivo ou ativo, mandar ou obedecer, ceder ou defender-se. A consequência destas ações e inúmeras interpretações dão margem a uma suposta sentença a passos largos até a teia que, para alguns, pode significar ou agir como algo que o liberta, e para outros, é algo que os aprisiona de alguma forma, seja ela física, mental, moral ou espiritual. Instalasse uma dependência por uma troca de fluídos, química, e em seguida, abstinência para um e o despedir do outro, como se nada ali não tivesse passado de uma utopia, que ao passar o efeito, tudo era defeito .


O indivíduo seduzido entrega-se por completo. A vulnerabilidade é indisfarçável. Doce sedução e a perigosa aceitação da situação faz com que consequentemente a linha tênue entre pensar e agir pareça estreitar-se cada vez mais. E em último lugar, estância deste ranking disputadíssimo de concepções, acepções e acessões, fica a razão solitária igualável com a mente de uma pessoa com Mal de Alzheimer. Pulsação acelerada, atrito, calor... Pensar não, sabor sim, agir sem pensar sim, consequência sentença, adrenalina sim, incendeia até a última ponta, e quando apaga, cabe a parceria de um para com o outro; o amor surgir, florescer e resguardar. Manter viva esta chama quase inexistente ao relacionar-se há tempos e que ela se perdure por mais tempo, uma vida. A paixão de se apaixonar por querer teu bem querer sempre querendo te querer, teu bem querer e tu o querendo ao anoitecer, ao amanhecer e ao entardecer: tato, afeto e cumplicidade. Esse fogo, essa química a que os atraiu inicia-se primeiramente com este exemplo, analogia da qual descreverei: Primeiro usa-se o isqueiro: fácil e prático para acender, para atiçar a vontade do quero mais; Que isto que sentimos nunca termine. Mas, isso não tem gás suficiente para uma vida! Depois o sereno apaziguamento, consequentemente o amadurecimento, e por último, mas não o fim, a serenidade. Esta terá que ser sempre conquistada. Como as pedras que são frias, separadas, mas que com o atrito se complementam o suficiente para que um elemento extraia e em harmonia converta-se em energia, proporcional, para atingir a completude de um momento e a eternidade na sabedoria por toda a história. Assim é o amor; para que aprendas a manter a chama, tens que reaprender a extrair tal elemento para que os aconchegue, aproxime. E assim, com essa descoberta, e o elemento extraído, a harmonia presente irá atingir a completude do momento, que irá se converter em energia e propagar-se por toda sua vida.


Associacionismo!!



Flávio Roberto Sobral Delgado

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A solidão é uma ótima oportunidade para se encontrar. Façam bom uso dela.


Bruce Lee

sábado, 28 de julho de 2012

Razão e fé

Complexas são as sistemáticas das similaridades psíquicas dos relacionamentos em diversas e adversas situações que nos deixam em permanente estado de déjà vu, presos, entorpecidos , sem direção. Um porre de informações em situações parecidas, mas com peculiaridades quase não detectáveis para quem tenta deixar destrinchadas e acopladas, em um único pacote, quase levando à loucura a mente de um humano que está em busca constante para a auto humanização, consciente de que está no topo da escala para o benigno ou maligno, mas ainda não suficientemente evoluído, corresse atrás do auto controle, aperfeiçoamento. A alma personificasse em um estado de espírito harmonioso quando conquistada a razão para com uma situação desejada, que é perturbadora no começo, mas necessária para que mais um degrau possas alcançar e assim sucessivamente. O degrau neutro é aquele que fica entre os primeiros e os mais avançados, eu o considero o mais importante, pois é nesse que irás se estabelecer por um bom tempo, montar acampamento. Pois neste degrau é aonde verás as similaridades nos acontecimentos de outrora com os de agora. Com nitidez, irás observar as peculiaridades das quais antes não enxergavas, por uma única razão: a aflição que te cegava espiritualmente e que te acomodava consequentemente, deprimia-se ao ponto de não enxergares o dia seguinte como uma nova oportunidade, mais sempre com um contínuo martírio.



Ter fé racionalmente é possível?


Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Movimentos sociais lançam carta de repúdio a cobertura da imprensa nos casos de violência contra a mulher

CARTA ABERTA À IMPRENSA
João Pessoa, 27 de junho de 2012
Prezados/as,

Vimos, através desta carta, manifestar nosso repúdio à maneira que a imprensa tem noticiado os casos de violência contra a mulher no estado da Paraíba, em particular, sobre as imagens utilizadas para ilustrar as matérias. Não podemos aceitar a maneira que as mulheres estão sendo expostas pela mídia, o que acreditamos reforçar ainda mais esta violência a que somos submetidas no dia a dia. Entendemos que tais imagens, com corpos mutilados, sem roupas, com tarja nos olhos, entre outras, reforçam a humilhação das vítimas, no que diz respeito aos crimes de caráter machista ou de violência de gênero, e estimulam ou ao menos recompensam aqueles que os cometeram. A humilhação da vítima, seja para lavar a honra, seja para obter prazer (no caso dos estupros) é sim, e não podemos calar quanto a isso, um dos motivos que levam seus algozes a cometê-los. A imprensa também colabora com a ideia de que a mulher precisa ser "protegida", fazendo com que a sociedade insista na falsa ideia da fragilidade inerente ao nosso gênero.
Precisamos sim, ser protegidas, mas não por homens e pelo comportamento "correto", que em muitos textos é reforçado como uma espécie de redutor da violência contra as mulheres, e sim por leis, igualdade e justiça. Também pelos veículos de imprensa, que têm que divulgar, sim, a violência contra a mulher, que vem alcançando índices alarmantes nos últimos anos.
Frisamos: só em 2012, 73 mulheres foram mortas na Paraíba, segundo dados oficiais divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Mas, lembrando, que a mídia é formadora de opinião, identidades e valores, e, portanto, deve prezar pela ética, respeito à dignidade humana, e às leis que regem este país, fazendo valer a sua responsabilidade social. Insistimos que não é preciso recorrer à comunicação do grotesco para informar qualquer fato. Além das imagens, a imprensa da Paraíba tem produzido textos que reforçam a discriminação contra a população pobre, principalmente, quando noticiam mortes que supostamente podem estar relacionadas ao tráfico de drogas, ligando a morte das mulheres ao tráfico e, subjetivamente, afirmando que “ela deveria morrer, pois significava um problema para a sociedade”. A apuração dos fatos, ouvir TODOS os lados envolvidos nos acontecimentos é lição básica que aprendemos na universidade e que não podemos esquecer. No dia em que a professora universitária, Briggída Lourenço, foi assassinada, alguns veículos de comunicação da Paraíba veicularam imagens dela morta, deitada de costas no chão de seu apartamento e de Elizabeth de Lima dos Santos, que foi assassinada em Mamanguape. Tais imagens violam a privacidade e a integridade das vítimas e em nada contribuem para a denúncia da violência contra a mulher! Reforçamos: ÉTICA DEVE FAZER PARTE DO FAZER JORNALÍSTICO! A profissão tem um Código de Ética que deve ser observado e colocado em prática!
O uso destas imagens viola o artigo 5º, parágrafo X, da Constituição Federal que diz: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”; e ainda, no mesmo artigo, parágrafo V: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem”. Só para citar uma das diversas legislações brasileiras que preveem responsabilidades aos órgãos que violarem a imagem da pessoa. Entendemos que qualquer continuidade nessa linha de jornalismo, que consideramos sensacionalista e ineficaz, além de ferir os nossos esforços na mudança e conscientização da população acerca dos crimes de gênero, como uma atitude a ser denunciada e combatida.



ASSINAM:


Marcha das Vadias – PB
Cunhã – Coletivo Feminista/PB
Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba
Coletivo Feminista Teimosia/PB
Ilê Mulher – Porto Alegre/RS
Rede de Mulheres em Comunicação
Grupo de Mulheres Negras Nzinga Mbandi/SP
Associação de Mulheres Flor de Maio
Grupo de Mulheres Negras Saltenses
Associação de Mulheres Negras Acotirene
Associação de Mulheres de Araras/SP
Movimento Pela Saúde dos Povos/PHM Brasil
Rede de Mulheres em Articulação na Paraíba
Sandra Vasconcelos – jornalista
Frente Feminista do Levante                          
Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (ANEL)
Letícia Fernandes Resck – atriz e feminista independente
Centro de Ação Cultural - CENTRAC
Observatório da Mulher
Associação das Trabalhadoras Domésticas de Campina Grande – PB
Coletivo Feminino Plural
ELAS POR ELAS - VOZES E AÇÕES DAS MULHERES/SP
- MCTP - MOVIMENTO NACIONAL CONTRA O TRÁFICO DE PESSOAS/SP
Fórum Nacional de Mulheres Negras
CEN - Coletivo de Entidades Negras
Sandra Muñoz – feminista
Eunice Gutman - Via TV Mulher
Sulamita Esteliam, jornalista e escritora
blogue A Tal Mineira - Recife-PE
O Geledés – Instituto da Mulher Negra
Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras
Jeanice Dias Ramos, jornalista, Porto Alegre/ RS
Tatiane Scherrer - Orçamentista Grafica – Limeira/SP
Terezinha Vicente - Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada
Associação Cultural e Recreativa ANO AZUL /PB
Bloco do Universo feminino AS ANJINHAS /PB

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Percepção em reflexão


Morra todas as noites e nasça todos os dias. Mantenha na medida do possível a sua mente sempre fresca, arborizada, ativa para uma contínua atualização e absorção de análises e compreensões ( talvez até algumas mutáveis) dos seus fardos, fatos e agrados pessoais e interpessoais em momentos introspectivos ou de interação. Por sua própria vontade e não por imposição ou apenas para agradar segundos e terceiros. Sua vida, sua percepção!

Sua vida depende da sua percepção para dar continuidade a sua formação a respeito de si consigo e não o oposto. Se nos sentenciarmos, mesmo que de forma inconsciente, a agirmos e dar um passo que seja por olhos alheios não vivemos, não amadurecemos para nos definirmos. E o que seria uma simples pergunta tornasse uma tormenta. Tipo: como você definiria sua própria pessoa? Ou quem é você? Se agirmos como robôs ou fantoches, o que farão quando não precisarem mais de nós? Quando não mais precisarem de nós para exibir como troféus ou conquistá-los? Ou por não conseguirem manter mais as máscaras que escondiam as frustrações deles? Esse é o verdadeiro e derradeiro incomum entre o que está sendo manipulado e o manipulador; o manipulador já foi manipulado. A diferença entre vitima e opressor é que o covarde é sempre o opressor e a vítima sempre trará a expectativa de um revolucionário anarquista de fazer a diferença. O objeto é descartado, o humano entra em depressão e descobre o preço da sua omissão, sentindo-se como algo descartável. E se depois disso ele consegue ter um lapso de espontaneidade pode ser que seja tarde demais para sentir por muito tempo por mais vezes. A vida é preciosa demais para ser apenas assistida. Ela tem que ser vívida e expressiva como no peito e na alma de um artista.






Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estudantes africanos marcham contra o racismo nesta quinta em João Pessoa

Estudantes de diversos países africanos realizam nesta quinta-feira (14), às 8h30, uma marcha para denunciar os casos de discriminação racial e de racismo dos quais tem sido vítimas nos últimos anos no Brasil e na Paraíba, e que resultaram/resultam em ações preconceituosas, difamações, violências físicas e até mesmo assassinatos. A concentração da marcha será no Parque Sólon de Lucena (Lagoa), sendo finalizada na praça dos três poderes, Centro de João Pessoa.


Os estudantes enviaram ao embaixador de Cabo Verde no Brasil, Daniel Pereira, um documento, onde relatam as agressões que vem sofrendo na Paraíba, e pedem ao diplomata que tomem providências urgentes em prol dos Direitos Humanos, salvaguardando a vida deles, como também se mantenham solidários e atentos a esta problemática. Os estudantes pedem também que o clima de paz, harmonia, civilidade e respeito mútuo entre o povo africano e o brasileiro volte a acontecer.


No documento, eles ainda citam outros casos de racismo que aconteceram contra estudantes africanos no Brasil, entre eles, no Maranhão, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Brasília, onde aconteceram ameaças e ateamento de fogo em residências, e a mais recente violência, o assassinato de uma estudante angolana, em São Paulo. Ela levou um tiro na testa e morreu na hora. Além desta estudante de Angola, outros 4 estudantes africanos também foram atingidos, uma delas estava grávida e levou um tiro na barriga. A Marcha em favor da Justiça e contra o racismo e à discriminação aos estudantes africanos no Brasil conta com o apoio da Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI), além de outras organizações governamentais, não governamentais e movimentos sociais. Um manifesto contra o racismo em defesa dos direitos humanos está sendo organizado. Quem desejar aderir ao Manifesto, deve enviar email para robevaniamaracaja@hotmail.com, até a manhã desta quarta-feira (13).

terça-feira, 8 de maio de 2012

A mão

Ao passares com passos largos, apressados 
Sem hora para chegar e nem para voltar a lugar algum, tropeças na tua própria inconstância, sombra, passado, na contatação óbvia de não seres onipresente. E num presente momento e outro e mais outro se vai passa entre teus dedos sedentos, e tudo que foi oferecido, feito, de uma segunda pessoa em teu beneficio caiu no esquecimento, assim como todos os momentos em que deverias estar presente em corpo e espírito e só o corpo inerte ali estava. Como no dia em que expressaste um sorriso doentio e desesperado para com o vizinho. Para com o qual não querias transparecer a tua aflição, mas que com o significativo tropeço em todos os sentidos possíveis, toda inebriante sistemática de teus sentidos retratou-se em uma fratura exposta. Mas graças a Deus ele te estendeu a mão e não riu da tua situação, como assim você imaginava que seria. A tua incredibilidade para contigo mesmo refletirá sempre na superfície e no superficial. Só quando parares de focar nos teus defeitos de forma destrutiva é que irás verdadeiramente olhar para ti e com novas perspectivas para com superficial e a superfície, pois nada mais será evidente quando olhavas para o espelho e não te reconhecias como merecedor da tua sanidade.







Flávio Roberto Sobral Delgado

terça-feira, 17 de abril de 2012

Seminário debate violação dos Direitos Humanos na mídia paraibana

Por Mabel Dias

Foi realizado na manhã desta segunda-feira (16), no auditório da Central de Aulas, na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, o I Seminário Direito e Comunicação, promovido pelos Coletivos Desentoca, Comjunto e o Grupo de Pesquisa Direito à Comunicação e Movimentos Sociais.

O seminário reuniu os/as professores/as Renata Rolim (Direito), Wellington Pereira (Comunicação e Mídias Digitais), Ludmila Vieira (Direito) e Roberto Medeiros (Direito) para debater sobre os abusos cometidos pela mídia, em especial a paraibana, em relação aos direitos humanos e sobre o marco regulatório das comunicações no Brasil.

O debate teve início com a professora Renata Rolim, que apresentou um panorama do marco regulatório da comunicação na América Latina. Ela citou exemplos como o do Equador e da Argentina, que estão bem a frente do Brasil em relação às políticas públicas para este setor. “No Equador, por exemplo, estão previstas alterações na forma de concessão e distribuição de frequências de rádio e televisão aberta, que passarão a ser distribuídas de forma equitativa em três partes: 33% para a operação de meios públicos, 33% para meios privados e 34% para a operação de meios comunitários”, explica Renata Rolim. “Além disso, as frequências que descumprem normas técnicas e jurídicas ou se desviam dos fins para os quais foram concedidas serão devolvidas ao Estado e redistribuídas à sociedade, de acordo com o percentual estabelecido pela lei.”, completa.

Apesar da lentidão do Congresso Nacional em debater e aprovar a proposta de novo marco regulatório das comunicações, a professora Renata Rolim apontou alguns avanços conquistados nesta área com a realização da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em 2009, que traçou cerca de 20 diretrizes para promoção da democratização da comunicação no Brasil.

Mídia grotesca – “A mídia da violência contribui com a cultura do grotesco”, afirmou o professor do Departamento de Mídias Digitais da UFPB, Wellington Pereira, que fez uma análise contundente sobre a existência e difusão dos programas policiais, exibidos no horário de meio dia nas TVs paraibanas. Ele divide a cultura da violência em três eixos: a violência de estado; a violência contra o estado e a própria violência da mídia, que é um mercado produtor de informação. “Infelizmente, violência vende”, afirma. Coordenador há 10 anos do Grupo de Pesquisa do Cotidiano do Jornalismo, Wellington Pereira concorda que o que estamos assistindo nas emissoras paraibanas é um fenômeno mundial, sintoma de uma sociedade capitalista que a tudo vende e que rapidamente torna tudo obsoleto. “Além disto, estes apresentadores confundem moral com ética e promovem um verdadeiro desrespeito ao código de ética dos jornalistas, difundindo uma moral judaico-cristã em que coloca que bandido bom é bandido morto”. “Quando as tvs exibem imagens de bandidos sempre mostram corpos sem camisa, exibem tatuagens; Parece que querem mostrar que é este corpo, o corpo dos pobres e pretos, que devemos temer”, ressalta o professor. Inquieto, Wellington Pereira disse que a universidade precisa interferir na mídia e provocar mudanças. Ele também indica que sejam realizados programas de leituras críticas da mídia nas escolas públicas.
Violação de direitos – Enquanto o marco regulatório das comunicações no Brasil não é aprovado, existem outros mecanismos que a sociedade pode utilizar para coibir a violação dos direitos humanos promovidos pela mídia. A professora do curso de Direito da UFPB, Ludmila Correia, apontou dois artigos da Constituição Federal que protegem as pessoas que tenham seus direitos violados – o artigo 221 e o 5º. Ela citou um dos principais exemplos de conquistas da sociedade brasileira em relação ao controle social da mídia e que conseguiu dar voz aos grupos discriminados pelo programa “Tardes Quentes, apresentado por João Kleber, na cidade de São Paulo. O programa realizava constantes humilhações a homossexuais, mulheres e pobres. No final de 2005, um grupo de organizações não governamentais e o Ministério Público Federal moveram uma ação civil pública que pedia, entre outros pontos, um direito de resposta aos grupos e comunidades agredidos pelas conhecidas “pegadinhas” que iam ao ar diariamente, às 16h, e eram assistidas, em seus picos de audiência, por mais de 20 milhões de telespectadores, segundo dados da própria emissora. A contra-propaganda deu origem ao programa “Direitos de Resposta”, que, de dezembro de 2005 a janeiro de 2006, levou a telespectadores debates sobre a promoção e defesa dos direitos humanos. “Sabemos que estes programas, assim como os policiais que estamos debatendo hoje, atacam aquelas pessoas que não tem conhecimento de seus direitos e que só reforçam o mito da periculosidade da classe pobre, criminalizando-a”, afirma.
Para Ludmila, a mídia se constitui como um espaço fundamental para a construção de uma sociedade democrática. “É importante que estes programas sejam monitorados, e neste sentido, a participação da sociedade, do Ministério Público e da Defensoria é fundamental”, completa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Verdades revestidas com arames farpados

Eu simplesmente não quero ouvir aquilo que você se estivesse na minha situação. Não olharia, não quereria sentir, seja de que forma fosse. Você se repeliria, afastaria. De que forma fosse? Que forma fosse não, apenas não mais da sua forma invasiva, revestida com arames farpados. Verdades certas trazem com elas a fluência ao transmitir. Se tens a verdade mais não a transmites com sabedoria dás o lado da outra face de quem tentaste transmitir o saber para que outro venha e o bata; e este que levou na cara pela segunda vez um dia irá revoltar-se e se voltar contra ti que apenas tentaste ensinar.

Flávio Roberto Sobral Delgado




FONTE DA IMAGEM:LedaCruz
Leda Cruz - Telling Stories

1º de Julho
Cássia Eller

Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E é nos teus braços que ele vai saber
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez

O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti
Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim

Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa,meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso

Vale mais o coração
Ninguém sabia, ninguém viu
Que eu estava ao teu lado então

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor
Baby, baby, baby, baby

O que fazes por sonhar
É o mundo que virá prá ti e prá mim
Vamos descobrir o mundo juntos baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
Meu amor, meu Chicão...

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.

Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.

Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.

Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
OrigemA ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América[2], em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York[carece de fontes?].

Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[3]


Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.[4]

Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[5]

Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.

Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.[6]


Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41°edição do Dia Internacional da Mulher.Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.

Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.

FONTE DO ARTIGO:Wikipédia, a enciclopédia livre.IMAGEM: BLOG, Direitos e Deveres das Mulheres.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mulheres anarquistas: uma história pouco contada

As pessoas atribuem à palavra anarquia o significado de bagunça, caos. Mas, na verdade o anarquismo se propõe a ser um novo modo de organização político e econômico da sociedade, sem ninguém acima ou abaixo, mais iguais.
Nos séculos XIX e XX, o anarquismo foi praticado em diversos países, entre eles, o Brasil e muitas mulheres estavam a frente desta luta. Fatos que a própria história nega.
Para desmistificar o anarquismo e mostrar a história das mulheres anarquistas, foram editados dois livretos: o primeiro retrata a vida das anarquistas do século XIX e o segundo das anarcopunks, anarcofeministas e anarquistas do século XX.
Quem quiser adquirir, pode entrar em contato com uma das editoras e idealizadoras do projeto, através do email: libertare@yahoo.com.br e adquirir os livretos por apenas R$ 5,00.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O feminismo no Oriente Médio

LEILA KHALED

Por Mabel Dias, com informações da revista Planeta

“É um mito pensar que toda mulher mulçumana é oprimida”, adverte Soraya Smaili, diretora cultural do Instituto da Cultura Árabe, Icarabe, em São Paulo.

De acordo com ela, estas generalizações acontecem porque há um enorme desconhecimento sobre o que chamamos de mundo árabe, que corresponde geográfico e historicamente, aos países do norte da África e da Península Arábica, do Marrocos ao Barhein, que atraem os países de cultura árabe-islâmica e africana como a Mauritânia, o Sudão e a Somália. Nada tem de árabes os países do Golfo Pérsico, de origem turca, persa ou asiática, que tem como cultura e religião o islamismo, como a Turquia, o Irã, o Afeganistão, o Paquistão e a Indonésia.

Por causa desta diversidade territorial e cultural não é possível falar em “feminismo islâmico”, ou “feminismo árabe”, e sim em “feminismos árabes”. As mulheres no mundo árabe-islâmico começam a se organizar e lutar contra a opressão que há séculos cerceia sua liberdade. Mas ainda há muito por fazer.

O relatório do Fórum Econômico Mundial de 2010, feito em 135 países revela a situação das mulheres nos países da região. Turquia, Barhein, Egito e Iêmen estão entre os países mais atrasados em relação à igualdade de gênero. Foram levados em conta na pesquisa os quesitos participação econômica, o poder político, o acesso à educação e à saúde pelas mulheres.

As revoltas no Oriente Médio, entre elas a que aconteceu no Egito, contra as ditaduras dos governos, mostraram o ativismo das mulheres. Porém, quando os revoltosos conquistam o poder, as mulheres não estão inseridas nem ocupam cargos de relevância. É o que observa Luiza Eluf, procuradora de Justiça do Ministério do Trabalho, no Brasil. As primeiras experiências eleitorais na Tunísia e no Egito confirmaram a popularidade dos partidos islâmicos. “Sinto que temos que escolher entre dois monstros: a ditadura e o extremismo islâmico”, afirma a jornalista libanesa, Joumana Haddad, que também é escritora e editora da revista Jasad (que significa “Corpo”, em árabe), publicação considerada desafiadora e libertária na Líbia. Joumana, que se define como pós-feminista, vem de uma família conservadora e católica, e acredita ser impossível conciliar religião e direito das mulheres. Joumana acredita que a participação da mulher nunca será possível sem que os preceitos patriarcais das três religiões monoteístas sejam totalmente abandonados. “Espero que uma mulher concorra às eleições sem cobrir seu rosto com uma flor”, diz Joumana, se referindo a Marwa al-Qamash, candidata ao parlamento egípcio que optou por trocar seu retrato nos panfletos eleitorais pela imagem de uma rosa. Marwa é do partido fundamentalista El Nur e não acredita que o niqqab (vestimenta que deixa os olhos à mostra por uma fresta), a impeça de assumir um papel político no novo Egito.

Esta divergência entre Joumana e Marwa faz com que pensemos em feminismos árabes. A editora-chefe do Yemen Times, Nadia al-Saqqaf, primeira mulher a ocupar o cargo máximo em um meio de comunicação, afirma que quer mostrar às iemenitas que a mulher pode e deve ser parte da mudança social e dinâmica do país. Nadia defende que o novo governo crie um Ministério da Mulher e adote a política de cotas para cargos eletivos e não eletivos. Ela também propõe mudanças em relação ao sistema de ensino, propondo que desde a primeira lição as meninas se tornem conscientes de seu poder. No Iêmen, país de Nadia, apenas 20% da força de trabalho é composta por mulheres e nenhuma tem lugar no parlamento. Para ela, o islamismo não contradiz a luta feminista.

“Já conquistamos muitos direitos, mas ainda não somos livres para expressá-los nas leis ou na Constituição, porque ainda não somos independentes”, ressaltou a palestina Leila Khaled. A liberdade das palestinas, segundo Leila, passa pelo processo de reconhecimento de seu Estado e pelo fim da ocupação israelense. Leila, que não usa o véu e defende um Estado laico, foi uma das primeiras mulheres a integrar movimentos de resistência armada contra Israel nos anos 70. Hoje ela ocupa uma cadeira no Conselho Nacional Palestino e diz: “O feminismo ocidental é diferente do nosso. Quando falamos sobre nossos direitos, o primeiro é sempre o de resistir”.
Na Arábia Saudita as mulheres enfrentam a dificuldade de lutar por igualdade de gênero, principalmente quando o poder econômico e geoestratégico está em jogo.

A Arábia Saudita é o principal aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio e o maior produtor de petróleo do mundo. E o país mais restritivo em relação aos direitos das mulheres. Em 2010, o rei Abdullah concedeu às sauditas o direito de votar e de concorrer às eleições. Mas só em 2015. Mesmo podendo concorrer a cargos eleitorais, as mulheres da Arábia Saudita não podem dirigir, abrir conta em banco ou viajar sem autorização. Além de não poder defender seus direitos em público. “Não posso falar com nenhum meio de comunicação estrangeiro. Estou sob observação da polícia”, revela Wajeha al-Huwaider, fundadora da Sociedade de Defesa dos Direitos da Mulher na Arábia Saudita.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Olhares perplexos para com o orgástico e delirante gozo de Jimi Hendrix!!

O assassinato de mais um jovem negro no Brasil

Por Mabel Dias

O assassinato do jovem Gualter Rocha, no Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 2012, me fez refletir sobre a violência urbana que temos assistido cotidianamente e a insuflação, direta ou indireta por parte de alguns jornalistas e outros segmentos da sociedade a reagir sob a máxima “olho por olho, dente por dente”

Gualter que adorava dançar, e foi o idealizador do “passinho”, no funk carioca, gritava por socorro por onde passava. Dizia que estava sendo perseguido. As câmeras de vigilância de uma empresa gravaram o jovem correndo desesperadamente, mas não mostraram quem estaria atrás dele. Pedindo ajuda em várias casas, ele conseguiu entrar em uma, onde morava um casal de idosos e sua filha. Atordoado, Gualter continuava pedindo abrigo, mas o casal, assustado, entrou na casa e nada fez.

A polícia prendeu dois suspeitos de terem matado o rei do passinho. O supervisor de uma empresa de segurança e um dos vizinhos do casal de idosos. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, Gualter foi morto por asfixia mecânica, ou seja, estrangulado. Um dos acusados disse que o que o matou foram as drogas. Mas o exame feito no adolescente mostrou que não havia nenhuma substância em seu sangue. Antes de ser asfixiado, Gualter foi brutalmente espancado e seu corpo foi arrastado até a rua.

O casal, que não conhecia o rapaz, ficou obviamente assustado e se recolheu. O medo deles com certeza deve estar associado a tantas notícias de caso de violência que vem tomando conta do país. Não o ajudaram. Gualter estava sozinho e não estava armado. Pedia proteção. Mas a vontade de fazer justiça com as próprias mãos fez com que o segurança e o vizinho do casal matassem Gualter. Um jovem que tinha tudo pela frente e que foi morto por ter sido confundido com “um meliante, elemento”, termos usados constantemente pela polícia e pela própria imprensa para se referir a assaltantes. Não perguntaram nada, apenas bateram e mataram.

E será que é desta forma que o problema da violência no Brasil será solucionado? Reforçando a prática de atos violentos como resposta a outros atos violentos? É desta forma que a imprensa pensa e acredita estar ajudando a mudar o quadro ao qual toda a sociedade brasileira está passando? É incentivando a população a se armar que alguns jornalistas pensam que vão solucionar os índices de assassinatos no país?

Gualter, assim como muitos adolescentes brasileiros, poderia estar vivo, brilhando nos palcos dos bailes e shows de funk, como também em alguns programas de TV, como o de Regina Casé, onde era presença marcante. Gualter – é horrível dizer isto, mas é verdade, faz parte das estatísticas dos diagnósticos realizados pelos mapas da violência que revela o alto índice de assassinato de jovens pobres e negros no Brasil. E fica por isto mesmo. Isto a imprensa não fala tão pouco reflete o porquê que isto acontece. A fala do segurança, suposto assassino de Gualter, revela o pensamento bastante comum na sociedade: o envolvimento com drogas que leva a morte destes jovens. É fácil dizer: morreu porque estava envolvido com o tráfico de drogas. Não era o caso de Gualter e de tantos outros jovens brasileiros. E fica por isto mesmo?


FONTE DA IMAGEM: PARADOXO JOVEM

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sabedoria


Eu quero o conhecimento do meu inconsciente. O inconsciente nos alerta na tentativa de conscientizar a enxergar ou lembrar aquilo que não queremos, enfrentar, enxergar. No momento que passas a olhar para si, o nosso inconsciente age em alta definição, com tatos, lembranças, resquícios arquivados de outrora, sincronizado com o agora. No primeiro contato é tudo um tanto confuso, repentino; você passa a ver tudo mais afundo, profundo... Essa sensação gostamos de denominar como: o sexto sentido. Pois todos os sentidos amplificam-se, pelo simples fato de parares de se rejeitar, e se entregar a si. Sempre há algo além, aonde antes só via-se uma cova rasa, afirmações vagas e com propósitos infindáveis, para algo tão mais grandioso e significativo; que fosse num olhar, dialogar, plantar, conceber, que fosse como base para um próspero edificar. A conseqüência é essa: você consegue concluir algo com profundidade, da qual antes você nem suspeitava que tinha. A evolução dessa integração concebida de você consigo mesmo, personificasse nas suas características. E solidificando se em atribuições ou hobys. Como por exemplo: pintar, desenhar, esculpir, lecionar, enfim desenvolver as suas integrações psicossociais, pessoais e interpessoais para uma convicção sólida e ciente das suas aptidões. Por isso que é sempre bom lembrar que as nossas indagações nada mais são do que a falta de conhecimento de si mesmo e conseqüentemente ao que reflete a nós mesmos. Esse olhar mais afundo para si abre as portas para o mundo que nos conectamos, interagimos, integramos.Pode até parecer clichê este assunto, mas o problema é que muitos ainda insistem em permanecer no escuro, no breu, no preto, na ausência de cor de vida pensante na ausência de si; ao invés de ver a luz, branco, que é a junção de todas as cores. Só quem permite-se olhar para si saberá o quão é essencial saber definir bem o estado psíquico em que se encontra; para que assim possas dar caminhos para a solução aconchegar-se e deleitasse em suas graças. E sabendo disso não mais passar por situações difíceis, sobrevivendo, e sim vivendo com satisfação e plenitude nos altos e baixos desta atmosfera alucinante que quer lecionar para nós mesmos colocando-nos como nossos próprios professores para lecionarmos como: ator, ator principal, coadjuvante, roteirista, diretor, telespectador. Tudo isso em apenas uma face: a da realidade equalizada em apenas uma raça: a humana e quanto as outras espécies, elas atuam reagindo de acordo com que refletimos do nosso intimo. Fazendo uma analogia: um cão e um lobisomem.Vivenciando essa experiência voluntariamente perceberás que os relatos de quem sobreviveu a tragédias e ficou próximo a morte ao dizer que viram uma luz, que essa experiência tinha um propósito muito mais alem do que simplesmente o fim; mas sim, a de ter a certeza que o branco é a junção de todas as cores e que a sua função para com esta descoberta pessoal, é a de separá-las e defini-lás em cada estágio e situação da sua vida. Para que no prelúdio junte-as novamente da onde tudo irá recomeçar. O luto é temporário mas o branco, a luz, está sempre presente, do inicio ao fim. O incomum do inicio e o fim é que sempre há um novo recomeço!

Flávio Roberto Sobral Delgado

Esquizofrênicos

Estética, estético estático: arco definido indefinido. Corpo, a pessoa: sua personalidade sem personalidade,oco; atitudes brandas camufladas pela esperteza de uma mente conturbada, desconfiada, compatível com quem realmente és. Isso é fato consumado. Argumento assim para que não sinta-se julgada arbitrariamente, pois é só aparente aquela suposta consciência ao mal que provocas a alguém quanto a algo que te assola. Por tua astúcia e desordem mental, conflitos surgirão por sua habilidade de não transparecer aquilo que o acomete ou por ser difícil de distinguir para segundos, conseqüentemente atrais-te multidões a agrupar-se para beira do abismo. Agora cheios de desconfiança e com poucos amigos e familiares que os repelirão de suas vidinhas perfeitas, eles vagam rumo ao suicídio coletivo, agora sem suas reabilitações temporárias, porém produtivas, e de suas identidades. Indigentes, estes agora são. Famílias alienadas, desinteressadas não os procuram e os deixam a própria sorte na amargura da estrada da morte psicossocial. Lembranças só as negativas, as reveladas não fazem mais parte de uma mente esquizofrênica.

Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Prejulgados

Se eu sou gay eu dou o direito para que me discriminem?
Se tu és lésbica ou trans, eu tenho direito de discriminá-la em teu prazer e identidade?
Se eles sofrem de transtornos mentais, porque fechar os olhos com discriminação?
Se tu é negro ou albino, eu tenho o direito de te discriminar?
Se ele é gordo ou magro dá o direito para que outros os discriminem?
Se nós somos CDFS ou não, damos direito para que segundos, terceiros nos discriminem?
Se vós não preenches as minhas expectativas eu tenho o direito de te discriminar?
Se eles tem AIDS, eles lhe dão o direito para que você os discrimine?
Se ela nasceu mulher, quem disse que deve ser violentada?
Se eu sou deficiente físico ou visual, eu não tenho o direito a acessibilidade?
Se ele tem opinião própria, você tem o direito de discriminá-lo?
Se vós não cuidais de si, eu tenho o direito de ti discriminar?
Se a sua resposta for não para todas as perguntas, então me responda: porque todos os dias você faz exatamente o que você supostamente diz não fazer? Pois digo-lhe que é exatamente por pessoas assim como você que as coisas ficam estagnadas, paradas, porque assim como você muitos estão no poder! E se eu discriminar eu dou o direito de ser discriminado, mas se eu não discriminar e for discriminado eu tenho direito e o dever de denunciar.

Flávio Roberto Sobral Delgado


Fonte da imagem:critiqueacritica.blogspot.com

domingo, 22 de janeiro de 2012

O casarão e os ratos

João tem uma casa que é habitada por ratos
A casa que era de João agora é dos ratos
E o queijo que era dos ratos ficou para João, pois dava queijo para os roedores, que só se multiplicavam por meses
Em conseqüência de uma solidão desenfreada, João perdeu o controle da situação
Agora com o casarão completamente dominado por ratos, João começa a retornar a terra e se perceber
agora que está sem dinheiro e emprego não sabe o que fazer
todo dinheiro que tinha investiu na restauração do casarão
bendita mansão!
O que antes era visto como uma benevolência em João e até pelo próprio João, virou tormento e arrependimento
João culpa-se pela praga de ratos que se estabeleceu em sua querida e aconchegante mansão
- Matá-los ou não matá-los, eis a questão?
- Matando-os, primeiramente, matarei a mim, pois trairei a verdadeira interação de dias intermináveis de quando estava preso em mim, que eu mesmo estabeleci
-Eu os atraí para este lugar e propiciei favoravelmente a esta insana e incomum convivência, dei migalhas para ter companhia e aos poucos eles conquistaram o meu lar.
-Ao invés de expulsá-los, farei o mesmo que eles, tonarei o meu terreno psíquico mais propício
Para um recomeço com fortes alicerces sem roer a minha própria estrutura
Fazer acontecer, permanecer e me firmar por menor que eu seja, por mais julgado que tenha sido ou que eu venha a ser
Não me penitenciarei, não mais! Agora, eu só aprenderei.

Os exemplos podem vir de onde menos se espera.


Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vulva la Vida - Vida lá vou eu!

Por Mabel Dias

Falta menos de uma semana para começar a segunda edição do Festival de Contra Cultura Feminista, Vulva La Vida, que vai revolucionar a capital baiana, Salvador.

De 24 a 29 de janeiro, mulheres de diversas partes do planeta estarão juntas participando de shows, debates, rodas de diálogo, oficinas e tantas outras atividades. O Vulva La Vida é um festival totalmente autônomo, independente, faça você mesma, como foi dito desde a convocatória que deu início a ele em 2011, e este tem sido o seu grande diferencial. Desta forma, as organizadoras do Vulva mostram que não é preciso ficar esperando por projetos de governo, empresas ou de Ongs para poder produzir algo, seja lá o que for. E o Vulva La Vida, sem maiores pretensões, está conseguindo aos poucos seus objetivos: reunir mulheres, garotas, meninas para poder discutir sobre feminismo, política e contra cultura, mostrando que é possível produzirmos algo quando queremos e de forma autogestionada.

Da primeira edição do festival, surgiram muitas ideias, shows e até um documentário, que recebeu o título de ‘Vulva La Vida – Vida lá Vou eu’ (título que dá nome a este texto), muito bem produzido, com uma linda capa, desenhada pela anarcopunk Marina Chen, e com belos depoimentos das mulheres que fazem parte do Coletivo Vulva La Vida – formado a partir do primeiro festival, e tem servido de ótima divulgação para que este ano o número de participantes cresça avassaladoramente. Não é à toa que a maioria das oficinas, entre elas, ‘O Cabelo é feminista’, ‘A verdade crua do corpo nu’, e ‘Oficina de escrita feminista’ esgotaram suas inscrições em poucos dias depois de anunciada a programação.

O Vulva La Vida é uma ótima surpresa para aquelas mulheres que estavam em busca de algo que envolvesse temas como estes que estão sendo discutidos no festival, e principalmente, pudessem ter a liberdade de se expressar como quisessem. Autonomia é essencial! Sem falar nos shows e performances que acontecerão durante o festival, feito por mulheres, onde podemos ficar a vontade, entre nós. E não é apenas porque mulheres estão fazendo, mas sim porque existe na essência do Vulva La Vida a horizontalidade, a solidariedade, o feminismo, e as quebras das relações de consumo e da estética. Outros importantes diferenciais.

Participei da primeira edição do festival, que foi realizada em janeiro do ano passado, e agora me preparo para o segundo. Desta vez, vou realizar uma roda de diálogo sobre as mulheres anarquistas e as feministas autônomas. Além disto, vou poder (re) encontrar e conhecer amigas feministas de longa data; algumas que só me comunico via internet. Tenho certeza que este Vulva La Vida será mágica!

De fato, havia uma carência de ações assim no Brasil, e em especial no nordeste. Me lembro que quando foi lançada a convocatória para a realização da primeira edição do Vulva La Vida havia o desejo (e acredito que ainda há) de que esta proposta se disseminasse por outras partes do país e do mundo. Porque não?! Se o Vulva La Vida já chegou a outros países, nada mais esperado que esta idéia se realize por todos os cantos do globo.

É como diz o Coletivo Vulva La Vida: “mude o mundo, comece por você!” E a partir deste festival, nós mulheres vamos começar a mudar o mundo. E a nós mesmas!
Para saber mais sobre o Festival Feminista Vulva La Vida, acesse o blog: http://festivalvulvalavida.wordpress.com/programacao-2012/

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Circunstâncias

Eu quero tragar o tragável instante momento, sem arrependimento, lamento
Mas se eu lamentar por um arrependimento,
Que não seja pelo ato ou por proferir e em conseqüência ferir intencionalmente.
Longe de mim desejar o mal
Ou por algo que eu deveria fazer e não fiz
Mas se assim for, que seja por uma apimentada a mais de um adjetivo ou ato inconcluso inconscientemente que eu não me atentei no momento
Se eu inconscientemente expressar o inexpressível que seja registrado de alguma forma para que eu possa expressar por mais vezes.
Agora, seu eu indagar o injusto, o indagável, quero ter sempre os pés no chão
Com visão de gavião, a memória de elefante e língua de V de Vingança
Transparência na minha aparência, intríseca, expandido-se de dentro para fora
E equalizando-se em atitudes com reconhecimento autônomo para que assim as incrédulas mentes não repudiem o fato de ainda existir boas pessoas nesta vida, tapando a própria visão por desilusões passadas. Para que não continuem a cavar suas próprias covas.



Flávio Roberto Sobral Delgado