domingo, 21 de outubro de 2012

Associacionismo

O sabor da cereja deleita-se na saliva de quem deseja: se sujeitar ou mandar ser passivo ou ativo, mandar ou obedecer, ceder ou defender-se. A consequência destas ações e inúmeras interpretações dão margem a uma suposta sentença a passos largos até a teia que, para alguns, pode significar ou agir como algo que o liberta, e para outros, é algo que os aprisiona de alguma forma, seja ela física, mental, moral ou espiritual. Instalasse uma dependência por uma troca de fluídos, química, e em seguida, abstinência para um e o despedir do outro, como se nada ali não tivesse passado de uma utopia, que ao passar o efeito, tudo era defeito .


O indivíduo seduzido entrega-se por completo. A vulnerabilidade é indisfarçável. Doce sedução e a perigosa aceitação da situação faz com que consequentemente a linha tênue entre pensar e agir pareça estreitar-se cada vez mais. E em último lugar, estância deste ranking disputadíssimo de concepções, acepções e acessões, fica a razão solitária igualável com a mente de uma pessoa com Mal de Alzheimer. Pulsação acelerada, atrito, calor... Pensar não, sabor sim, agir sem pensar sim, consequência sentença, adrenalina sim, incendeia até a última ponta, e quando apaga, cabe a parceria de um para com o outro; o amor surgir, florescer e resguardar. Manter viva esta chama quase inexistente ao relacionar-se há tempos e que ela se perdure por mais tempo, uma vida. A paixão de se apaixonar por querer teu bem querer sempre querendo te querer, teu bem querer e tu o querendo ao anoitecer, ao amanhecer e ao entardecer: tato, afeto e cumplicidade. Esse fogo, essa química a que os atraiu inicia-se primeiramente com este exemplo, analogia da qual descreverei: Primeiro usa-se o isqueiro: fácil e prático para acender, para atiçar a vontade do quero mais; Que isto que sentimos nunca termine. Mas, isso não tem gás suficiente para uma vida! Depois o sereno apaziguamento, consequentemente o amadurecimento, e por último, mas não o fim, a serenidade. Esta terá que ser sempre conquistada. Como as pedras que são frias, separadas, mas que com o atrito se complementam o suficiente para que um elemento extraia e em harmonia converta-se em energia, proporcional, para atingir a completude de um momento e a eternidade na sabedoria por toda a história. Assim é o amor; para que aprendas a manter a chama, tens que reaprender a extrair tal elemento para que os aconchegue, aproxime. E assim, com essa descoberta, e o elemento extraído, a harmonia presente irá atingir a completude do momento, que irá se converter em energia e propagar-se por toda sua vida.


Associacionismo!!



Flávio Roberto Sobral Delgado

Nenhum comentário:

Postar um comentário