sábado, 8 de outubro de 2011

O número de amigos contabiliza-se apenas com alguns dedos das mãos

Sinto falta daquelas e daqueles que um dia pensei em pintar com aquarela, eternizar numa tela, ou tatuar-me com as faces distintas da minha infância que marcaram de forma bela, linda de como nós éramos. Das quedas, dos tombos e das roupas sujas de aquarela, ao inspirar vida e esbanjar vitalidade.Lembro-me de como eu era no meio do arado com ela e ele ao brincar com aquarela. Na tela, eu pintava com ela e ele, eu eternizava os momentos com marcas de mãos cheias de aquarela, das cores: vermelha, azul e amarela... O vermelho representava a nossa união, o nosso amor um pelo outro, o que biologicamente não éramos, espiritualmente tínhamos, o amarelo, o Sol, pois era durante o dia que passávamos juntos e o azul representava a despedida e a ânsia em saber que nos encontraríamos no novo dia com a mesma vontade, entusiasmo, reciprocidade e paz! As marcas que não foram apagadas pelo tempo fizeram reviver o que estava adormecido em mim, por isso hoje eu digo que sei o quão é importante preservar certas coisas, objetos que para outros apenas significam velharia. Só agora, quando adulto, percebi que ao estar triste eu tinha algo para lembrar de como é bom brincar e compartilhar, quando ninguém mais acredita em si e nem muito menos no outro. Daqueles que sempre estiveram ao nosso lado mais que foram posto de lado, quando os interesses falaram mais alto que a razão o amor, vendendo a alma para o diabo e sentindo solidão na hora de uma suposta auto avaliação. Levando para casa tapinhas nas costas e noites em claro. Se não acordarmos para o que realmente importa, a única coisa que irá nos restar serão as nostalgias. Isso caso você não afunde numa guerra interior, diária que só lhe traga dor.
O número de amigos contabiliza-
se apenas com alguns dedos das mãos

Flávio Roberto Sobral Delgado"O que importa não é quantos amigos você tem, mas, sim a qualidade delas/es"






























































2 comentários:

  1. Eu sou PÉSSIMO em dizer adeus aos meus amigos, fico contrariado quando a vida, o destino, ou as circustâncias nos colocam em caminhos distintos.

    Eu sou muito sociável e faço amizades muito facilmente, mas sei distinguir um sentimento de coleguismo de uma amizade verdadeira, e essa última de fato é dicícil, é rara, são poucos que eu posso contar na hora do aperreio, que ficam do meu lado, que me amam independente de outros fatores.

    Às vezes eu lembro dos amigos que sumiram no tempo, amigos que um dia foram TÃO importantes e decisivos na minha vida. Onde eles estão? Porque não estão ao meu lado?

    Depois penso nos que hoje são importantes, temo que também sumam no tempo... O pior é que nem sempre podemos segurá-los com as mãos e muito menos amarrá-los ao pé da nossa cama. Minha cama nem tem pé, é cama box...

    Eu não tenho sentimento de propriedade sobre meus amigos, sobre as pessoa que amo, apenas queria tê-las por perto, com a segurança de que jamais se afastariam de mim. Mas isso é uma ilusão que aos poucos vou deixando de cultivar...

    O meu consolo é que ao reencontrar um amigo 'perdido no tempo', mas um amigo DE VERDADE, eu sinto que a amizade continua a mesma, a sintonia e o companheirismo se mantém quando o sentimento é forte e verdadeiro.

    Abç

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  2. Adorei teu texto, Flávio!

    As amizades, estejam elas próximas ou vivas apenas na memória, constroem o nosso refúgio, um lugar dentro de nós mesmos que nos permite ter paz.
    Não importa se contamos amizades verdadeiras em apenas uma mão, pois o que conta de verdade é o quanto elas nos fazem felizes mesmo nos momentos mais tristes... E para isso não há conta que diga o valor, pois não tem preço. =)

    Parabéns!!!

    Beijos! ^^

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