terça-feira, 13 de julho de 2010

Metamorfose de Narciso


Sou ágio, suculento e suíço. Mágico, forte e roliço, sou Narciso de Canta Galo De galo na canja eu não necessito. Não preciso de canja de galo! Pois não dou canja para galo. E se ousarem me desmentir, chamo a galera do galinheiro 174. Já sou galante, eu gozo, gozam para mim e me fazem gozar, gozar de rir. Sou uma obra de arte, até num esboço sinuoso autêntico mais incompatível em qualquer bolso, bolsa e caderninho. Canto e nunca falho, até com bafo de alho eu ainda me agrado e dou um agrado com um bom hálito para uma platéia incomparável a nível de entusiasmo. Os reflexos dos meus fãs nas latrinas com aparência bem apanhada, são provindas de resquícios da minha presença, que cristalizou a falta que faz a minha presença nas suas vidas falhas e desprovidas de beleza , glamour e vitalidade. As anatômicas adquiriram a tonicidade e as formas perfeita graças aos meus tornozelos, regências de andares inexpressíveis e imensuravelmente indagáveis, pois sou Narciso De Canta Galo aquele que vocês jamais verão cantar em cima de qualquer galho. Mas sempre nos maiores palcos, com ampla ampliação dos seus olhos para que eu me veja no auge da seção de gala. Faz parte do meu show, eu sou a personificação ambulante da esculturalidade do dedilhar de Leonardo da Vinci sobre a criação do divino e completa semelhança limitando-se ao estético do próprio criador. Porque eu devo me preocupar com a beleza alheia? Se a minha cobre todas as doses diarias de colirio, para renovação dos meus semblantes ao me auto observar. E quanto aos outros, desperto o desejo fornicativo de amor e paixão pela minha nobre persona!



Flávio Roberto Sobral Delgado

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