sábado, 26 de março de 2011

Mãe, eu falo de ti para ti, enquanto tu dormes

Apesar dos pesares nunca deixei de falar com minha mãe um dia que fosse. Nunca virei as costas para ela e sempre, sempre, sentei ao lado dela para escutá-la, que de tanto ela falar, já estavam desgastadas; mais tão desgastadas pelas repetições, que um dia eu descobri o porque de tanta repetição: por que essas frases e palavras ecoavam e adentravam, iam e voltavam, sem se expandir, renovar, germinar, florescer, porque ela em todo amanhecer, se prendia a um sono de um passado e uma realidade do presente que já passou, seja ele ruim ou bom. E quando eu penso nisso e a vejo não consigo me ver sem ela e ela sem mim. Eu agradeço e agradecerei por toda minha vida pela minha mãe e os tios que me criaram e convivi, pois é graças a eles que eu sou uma grande parte do que vocês não conhecem de mim. Eu poderia até me considerar um fracasso como filho. Se assim não me considero é porque me descobri como fator estimulante e intrigante para minha mãe pensar e não se lamentar, amar, e não se apropriar, depender, viver e não se prender, dormir e acordar. Eu tinha, eu tenho que, pelo menos, tentar que ela viva sem se amargar e para que ela tenha um bom motivo para acordar, eu tenho que viver e respirar para minha mente eu renovar.



Flávio Roberto Sobral Delgado

2 comentários:

  1. Que bela homenagem.

    Mãe é mesmo tudo na vida de uma pessoa, sei que é clichê, mas MÃE É MÃE! Não tem pai, tio, namorada, cachorro,periquito ou papagaio que te ame mais ou que seja capaz de te fazer mais por ti do que sua mãe. E quando digo a palavra mãe não me restrinjo aqui somente ao elo biológico, mas ouso englobar os laços afetivos, visto que muitas pessoas -por motivos diversos- acabam não sendo criadas pela mãe genética, mas por uma mãe adotiva, de criação, pela vó ou tia que passa a ser a mãe... Mãe é a que dá o amor e a que exerce o tal papel de mãe.

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