domingo, 29 de agosto de 2010

Cárcere privado


Caio calado com a boca perto do ralo
Ralo calado sem ruído de rato
Ralo o ombro sem identificar
Aonde as cravas incrustavam-se para um pretérito ombro ralado
Ombro ralado
Aonde ralei meu ombro que tanto incomoda?
Incômodo fiquei, quando calado permaneci, quando a dor que senti está aonde eu nuca me vi, chegar nem partir
Obsoleto me senti
Como um objeto me senti
De olhos vendados permaneci
Privado a luz, ao ar e a tudo que ninguém poderia me dar
Mas só eu mesmo
Vida, a minha vida
Da qual fui encarcerado, privado.


Flávio Roberto Sobral Delgado

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