segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hipócritas




Os senhores da verdade, na maioria das vezes, não sabem qual é a sua própria verdade. E é justamente por não saberem, que julgam erroneamente e inescrupulosamente, de forma taxativa e denominativa, mas” correta politicamente” e hipocritamente falando de pessoas mais pobres,que por descaso, compõem a maior parte da nossa sociedade.


Que dormem com um olho fechado e o outro aberto com o receio asfixiante do descaso das autoridades que deveriam ser responsáveis por cuidar destas pessoas . Mas que na verdade, se são responsáveis por algo, nessa vida, é por não fazerem o que falam, pois é só andar pelas ruas e verás garotos e garotas maltrapilhas, drogados e prostituídos . Este é o verdadeiro raio X da identidade dos nossos putrídos governantes. Se há alguém mais pobre de espírito que nossos governantes estes serão fabricados pelos mesmos . Já auto pré fabricados pelos escrotos de castanhola e expostos por bocas de lobos a céu aberto por causa dos desmandos e de obras superfaturadas pelos mesmos. A matriarca por sua vez durante o período de encubação diz:

- Quando vocês crescerem haverão de proporcionar muito orgulho ao seu pai!

O hipócrita complementa.

- Não só a mim, mas a sua mãe também, meus amados e queridos pródigos.

A matriarca replica.

- Você falou pródigo? Ahahahah!!!!!

- Meu querido ladrão de paletó, sou seu poço e esboço, mas não entregarei a saúde mental e moral de nossos filhos como troco pela minha omissão e submissão, a qual me dediquei e me submeti ao teu lado. Eu senti em minha auto reflexão que devo lhe suplicar para que permita que nossos frutos escolham entre uma face ou duas . Em troca de uma futura fidelidade conjugal em suas vidas e uma infidelidade nacional assim como a nossa, ou seja, uma garantia certa e tranqüila para nossa velhice. E sendo assim, todos já bem criados e bem encaminhados e depois de tantos anos de dedicação e de trabalho árduo ao qual lutamos para o desenvolvimento da nossa sociedade, possamos mudar para os emirados árabes.




Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Vida


Na meia noite de antes de ontem, senti que o amanhã era apenas uma idéia que não se concretizaria. No suposto dia que não se concretizaria quando o pêndulo do relógio bate copiosamente doze vezes, percebo que estou preso numa ampulheta . Presumindo-se assim que criei, não um mundo de fantasias, mas de expectativas, fazendo com que até bem pouco tempo atrás eu não vivesse um dia após o outro. Mas sim, dia sim e dia não. Observação na prática consciente. A prova disso é quando eu pensava que estava na noite de segunda feira, na verdade eu já estava na primeira hora do dia seguinte. Exemplo: na segunda eu andava de um lado para o outro, pulava a terça-feira e ia direto para quarta-feira e assim sucessivamente. Por isso, a minha primeira sensação consciente do querer pensar do porque eu estava adentro não foi muito confortável, pois senti que o tempo escapava por entre meus dedos totalmente extático e inseguro, principalmente, pelas cobranças externas e mal formuladas. E em seguida a calmaria que se arrastou por um bom tempo. E creio que intencionalmente, para que num futuro próximo, num “start” superficial eu fosse a sua procura por livre e espontânea vontade da curiosidade do saber analisar e compreender para aprender a conviver com as diferenças e as várias formas do saber. Saber porquê temer, chorar, gritar, brigar e invejar , entre outras coisas . E com tudo isso conquistei a minha permanência nessa ampulheta que fazia com que na maior parte do dia, para todo canto que eu olhasse, tocasse, ouvisse, cheirasse ou falasse, parecia que estava olhando para dentro de mim e vendo em detalhes as codificações dos sentidos chegando ao cérebro e retornando já descodificadas e ampliando significativamente meu raciocínio. Fazendo assim com que eu começasse a escrever poemas e textos que constituem toda a sistemática psíquica do ser humano. Mas só hoje nessa terça-feira dia ,27 de abril de 2010 foi que vim ter consciência plena do porque adquiri essa vontade de escrever . E se isso for eu estar no mundo da lua para as pessoas que eu conheço, é lá que gostaria de permanecer por mais tempo, pois tudo que escrevo, leio e releio, várias vezes, para verificar e ter a certeza de que não há nem um fio solto. Quando retransmitido para mim mesmo ou para outra pessoa aja segurança mais que suficiente para minha auto-analise e, conseqüentemente, para uma ajuda satisfatória ao próximo. Tudo que escrevo eu faço o possível para por em prática no meu dia a dia comigo mesmo e com as outras pessoas. E estou sempre há me auto vigiar para não ser um hipócrita.


A ampulheta na qual estou me beneficia e me vicio ao mesmo tempo. E aí quando o vício fica mais visível ( não primeiramente por meus olhos), mais por aqueles que convivem comigo.


- Eles dizem!!


-Flávio, isso não vai te dar trabalho e dinheiro. Ao ouvir isso eu me sinto limitado.


( É ou não é irônico? ) Pois é ai que eu vejo o quanto eu amaria viver no mundo em que o dinheiro não fosse importante para a sobrevivência humana, pois só assim todos teriam uma ocupação e cada um exercendo as suas profissões de forma digna e definitivamente alimentados por uma sede de igualdade sem igual. Desta forma eu permaneceria mais tempo na lua e não me sentiria limitado ao pedirem que eu parasse de viajar para ganhar algo tão importante, mais ao mesmo tempo, quase que indigesto para uma boa convivência entre sociedades.


O dinheiro é na maioria das vezes o precursor de muita discórdia, e em morte moral e de falência espiritual. A sociedade aparentará mais evoluída significativamente quando as pessoas se conscientizarem que a propagação da violência e do suposto poder do dinheiro, não seja maior do que as atitudes que são consideradas como virtudes e benéficas, não só para si, mas para o todo. Ser rico financeiramente falando não é ruim; Ruim é o mal uso que a maioria dos ricos faz daquilo que lhe provêm e poderia prover de um usofruto dos menos favorecidos e roubados por aqueles, que por uma suposta lei, deveriam honrar pela dignidade na vivência pessoal e interpessoal de todos, sem preferências e restrições.



Flávio Roberto Sobral Delgado