sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mulheres anarquistas: uma história pouco contada

As pessoas atribuem à palavra anarquia o significado de bagunça, caos. Mas, na verdade o anarquismo se propõe a ser um novo modo de organização político e econômico da sociedade, sem ninguém acima ou abaixo, mais iguais.
Nos séculos XIX e XX, o anarquismo foi praticado em diversos países, entre eles, o Brasil e muitas mulheres estavam a frente desta luta. Fatos que a própria história nega.
Para desmistificar o anarquismo e mostrar a história das mulheres anarquistas, foram editados dois livretos: o primeiro retrata a vida das anarquistas do século XIX e o segundo das anarcopunks, anarcofeministas e anarquistas do século XX.
Quem quiser adquirir, pode entrar em contato com uma das editoras e idealizadoras do projeto, através do email: libertare@yahoo.com.br e adquirir os livretos por apenas R$ 5,00.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O feminismo no Oriente Médio

LEILA KHALED

Por Mabel Dias, com informações da revista Planeta

“É um mito pensar que toda mulher mulçumana é oprimida”, adverte Soraya Smaili, diretora cultural do Instituto da Cultura Árabe, Icarabe, em São Paulo.

De acordo com ela, estas generalizações acontecem porque há um enorme desconhecimento sobre o que chamamos de mundo árabe, que corresponde geográfico e historicamente, aos países do norte da África e da Península Arábica, do Marrocos ao Barhein, que atraem os países de cultura árabe-islâmica e africana como a Mauritânia, o Sudão e a Somália. Nada tem de árabes os países do Golfo Pérsico, de origem turca, persa ou asiática, que tem como cultura e religião o islamismo, como a Turquia, o Irã, o Afeganistão, o Paquistão e a Indonésia.

Por causa desta diversidade territorial e cultural não é possível falar em “feminismo islâmico”, ou “feminismo árabe”, e sim em “feminismos árabes”. As mulheres no mundo árabe-islâmico começam a se organizar e lutar contra a opressão que há séculos cerceia sua liberdade. Mas ainda há muito por fazer.

O relatório do Fórum Econômico Mundial de 2010, feito em 135 países revela a situação das mulheres nos países da região. Turquia, Barhein, Egito e Iêmen estão entre os países mais atrasados em relação à igualdade de gênero. Foram levados em conta na pesquisa os quesitos participação econômica, o poder político, o acesso à educação e à saúde pelas mulheres.

As revoltas no Oriente Médio, entre elas a que aconteceu no Egito, contra as ditaduras dos governos, mostraram o ativismo das mulheres. Porém, quando os revoltosos conquistam o poder, as mulheres não estão inseridas nem ocupam cargos de relevância. É o que observa Luiza Eluf, procuradora de Justiça do Ministério do Trabalho, no Brasil. As primeiras experiências eleitorais na Tunísia e no Egito confirmaram a popularidade dos partidos islâmicos. “Sinto que temos que escolher entre dois monstros: a ditadura e o extremismo islâmico”, afirma a jornalista libanesa, Joumana Haddad, que também é escritora e editora da revista Jasad (que significa “Corpo”, em árabe), publicação considerada desafiadora e libertária na Líbia. Joumana, que se define como pós-feminista, vem de uma família conservadora e católica, e acredita ser impossível conciliar religião e direito das mulheres. Joumana acredita que a participação da mulher nunca será possível sem que os preceitos patriarcais das três religiões monoteístas sejam totalmente abandonados. “Espero que uma mulher concorra às eleições sem cobrir seu rosto com uma flor”, diz Joumana, se referindo a Marwa al-Qamash, candidata ao parlamento egípcio que optou por trocar seu retrato nos panfletos eleitorais pela imagem de uma rosa. Marwa é do partido fundamentalista El Nur e não acredita que o niqqab (vestimenta que deixa os olhos à mostra por uma fresta), a impeça de assumir um papel político no novo Egito.

Esta divergência entre Joumana e Marwa faz com que pensemos em feminismos árabes. A editora-chefe do Yemen Times, Nadia al-Saqqaf, primeira mulher a ocupar o cargo máximo em um meio de comunicação, afirma que quer mostrar às iemenitas que a mulher pode e deve ser parte da mudança social e dinâmica do país. Nadia defende que o novo governo crie um Ministério da Mulher e adote a política de cotas para cargos eletivos e não eletivos. Ela também propõe mudanças em relação ao sistema de ensino, propondo que desde a primeira lição as meninas se tornem conscientes de seu poder. No Iêmen, país de Nadia, apenas 20% da força de trabalho é composta por mulheres e nenhuma tem lugar no parlamento. Para ela, o islamismo não contradiz a luta feminista.

“Já conquistamos muitos direitos, mas ainda não somos livres para expressá-los nas leis ou na Constituição, porque ainda não somos independentes”, ressaltou a palestina Leila Khaled. A liberdade das palestinas, segundo Leila, passa pelo processo de reconhecimento de seu Estado e pelo fim da ocupação israelense. Leila, que não usa o véu e defende um Estado laico, foi uma das primeiras mulheres a integrar movimentos de resistência armada contra Israel nos anos 70. Hoje ela ocupa uma cadeira no Conselho Nacional Palestino e diz: “O feminismo ocidental é diferente do nosso. Quando falamos sobre nossos direitos, o primeiro é sempre o de resistir”.
Na Arábia Saudita as mulheres enfrentam a dificuldade de lutar por igualdade de gênero, principalmente quando o poder econômico e geoestratégico está em jogo.

A Arábia Saudita é o principal aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio e o maior produtor de petróleo do mundo. E o país mais restritivo em relação aos direitos das mulheres. Em 2010, o rei Abdullah concedeu às sauditas o direito de votar e de concorrer às eleições. Mas só em 2015. Mesmo podendo concorrer a cargos eleitorais, as mulheres da Arábia Saudita não podem dirigir, abrir conta em banco ou viajar sem autorização. Além de não poder defender seus direitos em público. “Não posso falar com nenhum meio de comunicação estrangeiro. Estou sob observação da polícia”, revela Wajeha al-Huwaider, fundadora da Sociedade de Defesa dos Direitos da Mulher na Arábia Saudita.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Olhares perplexos para com o orgástico e delirante gozo de Jimi Hendrix!!

O assassinato de mais um jovem negro no Brasil

Por Mabel Dias

O assassinato do jovem Gualter Rocha, no Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 2012, me fez refletir sobre a violência urbana que temos assistido cotidianamente e a insuflação, direta ou indireta por parte de alguns jornalistas e outros segmentos da sociedade a reagir sob a máxima “olho por olho, dente por dente”

Gualter que adorava dançar, e foi o idealizador do “passinho”, no funk carioca, gritava por socorro por onde passava. Dizia que estava sendo perseguido. As câmeras de vigilância de uma empresa gravaram o jovem correndo desesperadamente, mas não mostraram quem estaria atrás dele. Pedindo ajuda em várias casas, ele conseguiu entrar em uma, onde morava um casal de idosos e sua filha. Atordoado, Gualter continuava pedindo abrigo, mas o casal, assustado, entrou na casa e nada fez.

A polícia prendeu dois suspeitos de terem matado o rei do passinho. O supervisor de uma empresa de segurança e um dos vizinhos do casal de idosos. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, Gualter foi morto por asfixia mecânica, ou seja, estrangulado. Um dos acusados disse que o que o matou foram as drogas. Mas o exame feito no adolescente mostrou que não havia nenhuma substância em seu sangue. Antes de ser asfixiado, Gualter foi brutalmente espancado e seu corpo foi arrastado até a rua.

O casal, que não conhecia o rapaz, ficou obviamente assustado e se recolheu. O medo deles com certeza deve estar associado a tantas notícias de caso de violência que vem tomando conta do país. Não o ajudaram. Gualter estava sozinho e não estava armado. Pedia proteção. Mas a vontade de fazer justiça com as próprias mãos fez com que o segurança e o vizinho do casal matassem Gualter. Um jovem que tinha tudo pela frente e que foi morto por ter sido confundido com “um meliante, elemento”, termos usados constantemente pela polícia e pela própria imprensa para se referir a assaltantes. Não perguntaram nada, apenas bateram e mataram.

E será que é desta forma que o problema da violência no Brasil será solucionado? Reforçando a prática de atos violentos como resposta a outros atos violentos? É desta forma que a imprensa pensa e acredita estar ajudando a mudar o quadro ao qual toda a sociedade brasileira está passando? É incentivando a população a se armar que alguns jornalistas pensam que vão solucionar os índices de assassinatos no país?

Gualter, assim como muitos adolescentes brasileiros, poderia estar vivo, brilhando nos palcos dos bailes e shows de funk, como também em alguns programas de TV, como o de Regina Casé, onde era presença marcante. Gualter – é horrível dizer isto, mas é verdade, faz parte das estatísticas dos diagnósticos realizados pelos mapas da violência que revela o alto índice de assassinato de jovens pobres e negros no Brasil. E fica por isto mesmo. Isto a imprensa não fala tão pouco reflete o porquê que isto acontece. A fala do segurança, suposto assassino de Gualter, revela o pensamento bastante comum na sociedade: o envolvimento com drogas que leva a morte destes jovens. É fácil dizer: morreu porque estava envolvido com o tráfico de drogas. Não era o caso de Gualter e de tantos outros jovens brasileiros. E fica por isto mesmo?


FONTE DA IMAGEM: PARADOXO JOVEM

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sabedoria


Eu quero o conhecimento do meu inconsciente. O inconsciente nos alerta na tentativa de conscientizar a enxergar ou lembrar aquilo que não queremos, enfrentar, enxergar. No momento que passas a olhar para si, o nosso inconsciente age em alta definição, com tatos, lembranças, resquícios arquivados de outrora, sincronizado com o agora. No primeiro contato é tudo um tanto confuso, repentino; você passa a ver tudo mais afundo, profundo... Essa sensação gostamos de denominar como: o sexto sentido. Pois todos os sentidos amplificam-se, pelo simples fato de parares de se rejeitar, e se entregar a si. Sempre há algo além, aonde antes só via-se uma cova rasa, afirmações vagas e com propósitos infindáveis, para algo tão mais grandioso e significativo; que fosse num olhar, dialogar, plantar, conceber, que fosse como base para um próspero edificar. A conseqüência é essa: você consegue concluir algo com profundidade, da qual antes você nem suspeitava que tinha. A evolução dessa integração concebida de você consigo mesmo, personificasse nas suas características. E solidificando se em atribuições ou hobys. Como por exemplo: pintar, desenhar, esculpir, lecionar, enfim desenvolver as suas integrações psicossociais, pessoais e interpessoais para uma convicção sólida e ciente das suas aptidões. Por isso que é sempre bom lembrar que as nossas indagações nada mais são do que a falta de conhecimento de si mesmo e conseqüentemente ao que reflete a nós mesmos. Esse olhar mais afundo para si abre as portas para o mundo que nos conectamos, interagimos, integramos.Pode até parecer clichê este assunto, mas o problema é que muitos ainda insistem em permanecer no escuro, no breu, no preto, na ausência de cor de vida pensante na ausência de si; ao invés de ver a luz, branco, que é a junção de todas as cores. Só quem permite-se olhar para si saberá o quão é essencial saber definir bem o estado psíquico em que se encontra; para que assim possas dar caminhos para a solução aconchegar-se e deleitasse em suas graças. E sabendo disso não mais passar por situações difíceis, sobrevivendo, e sim vivendo com satisfação e plenitude nos altos e baixos desta atmosfera alucinante que quer lecionar para nós mesmos colocando-nos como nossos próprios professores para lecionarmos como: ator, ator principal, coadjuvante, roteirista, diretor, telespectador. Tudo isso em apenas uma face: a da realidade equalizada em apenas uma raça: a humana e quanto as outras espécies, elas atuam reagindo de acordo com que refletimos do nosso intimo. Fazendo uma analogia: um cão e um lobisomem.Vivenciando essa experiência voluntariamente perceberás que os relatos de quem sobreviveu a tragédias e ficou próximo a morte ao dizer que viram uma luz, que essa experiência tinha um propósito muito mais alem do que simplesmente o fim; mas sim, a de ter a certeza que o branco é a junção de todas as cores e que a sua função para com esta descoberta pessoal, é a de separá-las e defini-lás em cada estágio e situação da sua vida. Para que no prelúdio junte-as novamente da onde tudo irá recomeçar. O luto é temporário mas o branco, a luz, está sempre presente, do inicio ao fim. O incomum do inicio e o fim é que sempre há um novo recomeço!

Flávio Roberto Sobral Delgado

Esquizofrênicos

Estética, estético estático: arco definido indefinido. Corpo, a pessoa: sua personalidade sem personalidade,oco; atitudes brandas camufladas pela esperteza de uma mente conturbada, desconfiada, compatível com quem realmente és. Isso é fato consumado. Argumento assim para que não sinta-se julgada arbitrariamente, pois é só aparente aquela suposta consciência ao mal que provocas a alguém quanto a algo que te assola. Por tua astúcia e desordem mental, conflitos surgirão por sua habilidade de não transparecer aquilo que o acomete ou por ser difícil de distinguir para segundos, conseqüentemente atrais-te multidões a agrupar-se para beira do abismo. Agora cheios de desconfiança e com poucos amigos e familiares que os repelirão de suas vidinhas perfeitas, eles vagam rumo ao suicídio coletivo, agora sem suas reabilitações temporárias, porém produtivas, e de suas identidades. Indigentes, estes agora são. Famílias alienadas, desinteressadas não os procuram e os deixam a própria sorte na amargura da estrada da morte psicossocial. Lembranças só as negativas, as reveladas não fazem mais parte de uma mente esquizofrênica.

Flávio Roberto Sobral Delgado

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Prejulgados

Se eu sou gay eu dou o direito para que me discriminem?
Se tu és lésbica ou trans, eu tenho direito de discriminá-la em teu prazer e identidade?
Se eles sofrem de transtornos mentais, porque fechar os olhos com discriminação?
Se tu é negro ou albino, eu tenho o direito de te discriminar?
Se ele é gordo ou magro dá o direito para que outros os discriminem?
Se nós somos CDFS ou não, damos direito para que segundos, terceiros nos discriminem?
Se vós não preenches as minhas expectativas eu tenho o direito de te discriminar?
Se eles tem AIDS, eles lhe dão o direito para que você os discrimine?
Se ela nasceu mulher, quem disse que deve ser violentada?
Se eu sou deficiente físico ou visual, eu não tenho o direito a acessibilidade?
Se ele tem opinião própria, você tem o direito de discriminá-lo?
Se vós não cuidais de si, eu tenho o direito de ti discriminar?
Se a sua resposta for não para todas as perguntas, então me responda: porque todos os dias você faz exatamente o que você supostamente diz não fazer? Pois digo-lhe que é exatamente por pessoas assim como você que as coisas ficam estagnadas, paradas, porque assim como você muitos estão no poder! E se eu discriminar eu dou o direito de ser discriminado, mas se eu não discriminar e for discriminado eu tenho direito e o dever de denunciar.

Flávio Roberto Sobral Delgado


Fonte da imagem:critiqueacritica.blogspot.com