quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ápice



Nada passa ileso por um buraco negro. Tudo se desfragmenta: pode ser um feto ou um elefante, pode virar pó, menos o próprio pó. O pó de cinzas, quando espalhado pelo sopro da vida, evidencia a imortalidade da alma. E a constante metamorfose de um desencarnar, mostrando para ti que a matéria e todas suas implicações só servem para portar algo muito maior: o infinito, lúdico, a reconstituição. Ao pedir uma luz de neon para sair de um buraco escuro, mostra claramente o quanto te preocupas com sua auto preservação de maneira ciente, mas cognitiva. O buraco negro para você é o tédio sendo imaculado em seu momento de devaneio e nada mais: por uma luz de autenticidade na escrita, quando incompreendido ou na falta de algo que ainda não sabes bem o que é, dramatizada com a inerência, constante e repentino estado de espírito passional de uma mexicana.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 26 de junho de 2011

Mulheres da Bahia se mobilizam para Marcha das Vadias

Slut é um termo em inglês que significa“vagabunda”. Slut Walk é um movimento que foi iniciado em Toronto, no Canadá, em maio de 2011, depois que um policial, ao proferir uma palestra sobre segurança num campus universitário, argumentou que as estudantes deveriam evitar se vestir como vagabundas para não se tornarem alvo fácil de estupros.
A partir disso, países como Argentina, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda e Nova Zelândia realizaram a Slut Walk, como protesto à culpabilização feminina em casos de estupro. Aqui no Brasil o movimento ganhou o nome de “Marcha das Vadias” e já foi realizado em cidades como Juiz de Fora - MG, Brasília -DF, Natal-RN, Florianópolis – SC, São Paulo –SP e Recife -PE.
Uma das marcas da Slut Walk ou Marcha das Vadias é a irreverência associada ao ativismo político. O movimento tem se configurado como importante espaço para a reivindicação de direitos sociais (mulheres, GLBTTI). As organizadoras e participantes defendem o uso do termo “slut” ou “vadia” como uma provocação.
Agora chegou a vez de Salvador – BA. No dia 2 de julho (dia da independência da Bahia) vai acontecer a Marcha das Vadias. Nesta entrevista, algumas das organizadoras do movimento debatem as principais motivações da marcha.
Esta entrevista foi concedida ao blog Operária das Ruínas, de Daniela Galdino.

Operária das Ruínas – Como surgiu a idéia de realizar a Marcha das Vadias em Salvador?
A Marcha é uma atividade que nasceu como instrumento para fazer enfrentamento à opressão contra mulheres a partir do episodio ocorrido em maio de 2011, no Canadá, e se espalhou por todo mundo. No Brasil. já vem ocorrendo em diversas capitais. E em Salvador, cidade em que o movimento social de mulheres é historicamente vanguarda na luta pelos direitos, não poderia deixar de lançar suas vozes.
Assim, inicialmente foi mobilizado um evento no facebook da Marcha Daspu com Dendê (agendada para ocorrer na Ladeira da Montanha), que não aconteceu, pois ninguém compareceu. Depois disso, a militante Sista Katia teve a iniciativa de criar o evento e um grupo no facebook para organizar a Marcha das Vadias em Salvador. Chamou uma primeira reunião no Instituto de Geociências da UFBA, na qual compareceram Sista Katia, Sandra Muñoz, Rafaela Moreira, Paula Regina, Luana Peixoto, Leila Grave, quando ficou definida a data da Marcha para 02 de julho de 2011.
Posteriormente, foram realizadas mais duas reuniões na Biblioteca Central dos Barris, quando prosseguimos encaminhando as demandas para a concretização da Marcha e cujas relatorias encontram-se postadas no referido grupo do Facebook, por Rafaela Moreira e Taisa Ferreira, respectivamente. Na segunda 27/06, às 18hs realizaremos a quarta reunião de organização da Marcha das Vadias de Salvador, na Biblioteca Central dos Barris.

Operária das Ruínas – Quais são os principais objetivos da Marcha?

Denunciar a violência sofrida por mulheres, gays, transsexuais, bissexuais, idosas, meninas, crianças, adolescentes etc.
Defender o respeito à liberdade sexual.
Marcar que somos donas do nosso corpo e não objetos sexuais.
Fazer reivindicações por políticas públicas para mulheres.
Exigir políticas públicas que defendam e façam cumprir a Lei Maria da Penha.
Exigir mudanças na legislação quanto aos crimes relacionados ao estupro. Afinal, as mulheres não podem ser apontadas como provocadoras do crime, como muitos defendem e legitimam. Portanto, é preciso conferir visibilidade a questão do estupro sofrido por mulheres do mundo inteiro. Questão essa que se configura como pauta importante do movimento feminista e de mulheres em geral, e que nunca foi tratada de forma séria na sociedade patriarcal e capitalista.

Operária das Ruínas – Conta com o apoio de instituições políticas, sociais e culturais? O movimento tem caráter institucional ou independente?

As instituições são representadas por mulheres que estão participando do processo de construção da Marcha, como o NEIM/UFBA, LESBIBAHIA, VULVA LA VIDA, WENDOSALVADOR etc
Mesmo pertencendo a entidades, estamos organizando a Marcha de forma independente, coletiva, democrática e transparente.
Portanto, a Marcha das Vadias (em Salvador) é independente também por estar aberta as outras minorias sociais. Convidamos a participarem da marcha: mulheres, homens, crianças, gays, lésbicas, a sociedade baiana, que é contra todas as formas de violência contra a mulher e está cansada de ver as estatísticas de crime aumentarem e as políticas publicas não darem conta.

Operária das Ruínas – Quais as reivindicações priorizadas pela Marcha das Vadias, levando em conta o contexto soteropolitano, baiano, na defesa dos direitos femininos?

Políticas públicas para mulheres;
Descriminalização e legalização do aborto;
Parto humanizado;
Efetivação da Lei Maria da Penha;
Reestruturação e ampliação da casa-abrigo;
Ampliação do orçamento público para atender às mulheres;
Estado Laico (liberdade de crença religiosa);
Proteção às mulheres carcerárias;
Inclusão do kit homofobia nas escolas;
Educação com recorte de gênero para irmos desconstruindo o machismo.
Estamos reivindicando, principalmente, o direito de decidirmos sobre os nossos corpos e sobre a nossa vida. De termos condições materiais, psicológicas, afetivas de sermos mulheres!

Operária das Ruínas – Questões polêmicas como a união homofóbica, a ldiscriminalização do aborto e da maconha são contempladas pelo Movimento Marcha das Vadias?

Sim.

Operária das Ruínas – Como as organizadoras do movimento entendem a “inversão de papéis” nos casos de estupro (e outras formas de violência), em que as mulheres, de vitimas, passam a ser taxadas como “provocadoras” das agressões?

A idéia da Marcha é denunciar este tipo de distorção, pois independente da roupa que a mulher use isso não pode ser utilizado como argumento para legitimar um ato criminoso como o estupro ou outras formas de violência, nem muito menos para desresponsabilizar o agressor que o comete.

O que: Marcha das Vadias ( Slutwalk Salvador).
Quando: 02 de julho de 2011, as 08:00 horas.
Onde: concentração no Largo da Lapinha, Salvador - BA.

Viemos anunciar que não somos apenas bunda e peito,
Merecemos Respeito!!
Mais informações: (endereço do evento no facebook).

Esta entrevista foi respondida coletivamente, com a participação de:

Alexandra Bunchaft- NEIM/UFBA
Cristiane Melo
Daniela Galdino - CEAO/UFBA, UNEB
Daniela Nascimento - NEIM/UFBA.
Paula Regina - Centro Acadêmico de Geografia/UFBA, Coletivo Contra Corrente
Sandra Muñoz - LESBIBAHIA
Sista Kátia - WENDOSALVADOR, VULVA LA VIDA
Taisa Ferreira - Coletivo Kiu/ Associação Beco das Cores / NEIM –
UFBA
Wagner Pyter - Movimento Exu Tranca Ruas, Coisasprafazer Salvador, salvadorsobretrilhos.blogspot.com e MovimentoPopular.com.br

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O SABER DÁ OPORTUNIDADE PARA SUPORTAR O SUPORTÁVEL:


Suportar o suportável instante: momento, mês, ano, anos. Quem sabe?
Você sabe?
Abrandar o abrandável:
Abrandar uma situação que pode ser resolvida quando rasteira a poeira
Para não levares uma rasteira do próprio ego exaltado, precipitado, no nevoeiro cegante, errante, de um descalçado andarilho. Seu brio se foi e deu lugar ao brilho permanente do suor no rosto e com repentina sensação de sacrifício diário ao ir a padaria ao lado da sua casa, sendo o pão para seu próprio consumo e seus demais familiares... Só a fome e a sede por solução o cega ao ponto de não ver que a um palmo do seu nariz a solução se anuncia.
Lembrar do que tem de ser lembrado:
Há água no fruto!!
Melancia
Esquecer o que tem que ser esquecido: não lamentar, estando ou não na presença de uma outra pessoa, do problema que estás enfrentando; e lembrar de focar na solução para não sufocar-se ou sufocar uma segunda pessoa, e ter ânimo para reerguesse.
Artificializa o artificial: o artificial não tem vida, você tem, por isso tenha ciência disso e respeite a sua e as dos demais, tanto a da natureza como as dos seus semelhantes!!
Cobre o que tem de ser cobrado: seja com você mesmo ou com os demais conhecidos sem se denegrir ou denegri-los
Pagar o que tem de ser pago: pago e durmo durante a noite, não pago, sou seguido, morto ou dou um chá de sumiço. Por isso, enquanto viveres, quando acordado, mantenha-se esperto, atento, ciente; ao dormir, faça o suportável abrandar-se e lembre sempre de como conseguis-te tal feito para que sempre que necessário você encontre o caminho para a reflexão.
Esqueça o artificial, cobre o sonho pagável, recorde não só ao dormir, mais ao estar acordado também, e assim saberás que o tédio não associado a nem um outro tipo de sentimento aflitivo só vem para aqueles que não aprenderam a respeitar o tempo e são céticos quando deveriam ser lúdicos. Não acreditar nas suas capacidades é o mesmo de estar morto, sem saber e quando não acreditas na sua capacidade e passas a acreditar é porque aprendestes a viver: e quando só aprendes na teoria e não colocas na prática, a sensação é quase a de um bebê que é super protegido pela mãe e não desenvolve saudavelmente a sua capacidade de se proteger em relação a certos tipos de enfermidades.

Flávio Roberto Sobral Delgado

domingo, 5 de junho de 2011

Definitivamente pró-atividade não combina com egocentrismo

Eu sei que você tem capacidade para capacitar-se
Para se capacitar
Ser competitivo
Para ser competitivo
Para competir!
Para competir?
Você tem que estar apto a ampliar as suas capacidades, as suas fronteiras tem que ser a porta, o início para a expansão de sua mente
Para você chegar a ser um ser proativo, mesmo que sua aparência não aparente
Aparente inatividade. Você para sempre saberá que está na ativa, espiritualmente, fisicamente, interiormente e exteriormente, mostrando para si e os demais, sempre que necessário, que se expor desnecessariamente por soberba ou algo do gênero não é benéfico nem para si nem para os demais.

Como já diz um provérbio zen: “O prego que se destaca é aquele que será martelado”. Por isto mantenha o egocentrismo de lado, e saberás quando deverás se auto pronunciar em relação a da referência sobre seu histórico acadêmico a fonte do seu saber: às suas aptidões, atribuições e qualificações, não devis evidenciá-la no escuro, para o desconhecido, volúvel.

Flávio Roberto Sobral Delgado

OBS: fonte da segunda imagem: projeto La Mission. Arte: Egocêntrico; artista: Marcos K. Tonelo. Naturalidade: Santo André -SP